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Scot Consultoria

Financiados por ONGs inter/nacionais grupos indígenas se opõem à projetos de desenvolvimento nacional


Terça-feira, 21 de maio de 2013 - 17h30

Antropólogo e consultor da Human Habitat Consultoria.


No início deste ano concedi uma longa e interessante entrevista à Revista InfoVias (link abaixo) sobre a problemática indígena que desde 2008 como previsto e anunciado por brasileiros de bom senso, cresceu em proporções geométricas em todo território nacional. A entrevista começou com uma pergunta acerca de um difundido preconceito popular de que os indígenas seriam contrários ao desenvolvimento nacional.

Respondi firmemente e embasado em dados que bons historiadores nos revelam de que os indígenas nunca foram contrários ao projeto de colonização e desenvolvimento deste país. Sempre buscaram acesso àquilo que julgavam ser tecnologias mais desenvolvidas do que as que possuíam. Sempre desejaram com toda força os novos produtos e avanços com os quais se deparavam desde os terçados, machados, até o isqueiro, panelas de alumínio, chegando ao rádio, à televisão e mais recentemente até ao acesso a internet, que uma boa parte já utiliza.

De fato, durante cinco séculos de colonização portuguesa, com algumas exceções pontuais aqui e acolá, os nossos indígenas juntamente com os colonos europeus que migraram para as Américas, foram nossos parceiros nessa empreitada colonizadora.  O que foi que aconteceu então? Como atualmente indígenas estão sendo vistos como opositores ao desenvolvimento? É uma pergunta que me intriga e à qual tenho me dedicado a responder nos últimos anos.

Uma hipótese que, pela sua força e volume de evidências, não posso deixar de considerar é a de o Brasil estar vivenciando um fenômeno por meio do qual, alguns grupos indígenas estão sendo sorrateira e inteligentemente manipulados e estrategicamente jogados contra os projetos de desenvolvimento de interesse do estado e da sociedade brasileira.

São fortes e numerosas as evidências neste sentido e ao que tudo indica acontece porque sem a bandeira comunista para se opor ao capitalismo, restou aos militantes do ambientalismo e do indigenismo, que ao final do século XX, uniram-se formando um movimento misantropo e contrário a qualquer todo e qualquer projeto desenvolvimentista.  No Brasil esse processo é tão forte a ponto de seguir freando por mais de três décadas o desenvolvimento do país.

Aliás, foram poucos os projetos de desenvolvimento no Brasil que não esbarraram e estagnaram ante alguma resistência, seja de terra indígena, unidade de conservação, comunidade quilombola ou comunidade tradicional. Certamente as comunidades tradicionais tem todo o direito de reivindicar serem tratadas com respeito, ter seus direitos reconhecidos estabelecendo acordos com o estado para serem ressarcidas dos danos provocados, e para encontrarem alternativas a minorar os efeitos deletérios do desenvolvimento. Mas o que o Brasil tem assistido é um forte processo de manipulação e uso de grupos minoritários, estimulados e financiados por recursos de ONGs internacionais para que se oponham de forma veemente e sistemática contra toda e qualquer iniciativa ou obra de desenvolvimento, seja nas aberturas ou asfaltamento de estradas, ferrovias, hidrovias ou na construção de usina hidrelétrica.

Nesta semana a reportagem Índio quer Tumulto da Revista Veja trouxe a público mais uma das muitas reportagens que denunciam o envolvimento e financiamento internacional das manifestações indígenas que paralisaram Belo Monte por 90 dos 700 primeiros dias da construção. A reportagem informa que cada dia parado resulta em um prejuízo de até 10 milhões de reais - a suspensão das operações, portanto, já consumiu quase 900 milhões de reais.

Segundo a reportagem, setenta índios da etnia mundurucu teriam passado 24 horas dentro de ônibus para percorrer os 800 quilômetros que separam sua aldeia, em Mato Grosso, de Belo Monte. Para entrar no canteiro, eles renderam com um arco e flecha uma funcionária da Norte Energia, empresa responsável pela usina. Invadiram os escritórios e expulsaram os administradores. Em seguida, armados de tacapes, zarabatanas e flechas, os índios tentaram tirar dos alojamentos os operários - alguns dos quais, munidos de peixeiras, reagiram. A intervenção da Força Nacional de Segurança evitou um conflito maior. Os Mundurucus em nada serão afetados pela usina, mas conforme a reportagem apurou, agiram estimulados e financiados por quatro ONGs (Xingu Vivo, Instituto Socioambiental, Conselho Indigenista Missionário e Greenpeace) dizem querer impedir a construção de Belo Monte e de outras três hidrelétricas na região amazônica.

Em sua página da internet, o Instituto Socioambiental (ISA) publicou nota (link abaixo) informando que "não incentivou e nem financiou ou ajudou a viabilizar a ocupação realizada pelo povo Munduruku e outras etnias no canteiro de obras da UHE Belo Monte".

Pode até ser verdade, mas a campanha midiática institucional promovida pela ONG e difundida por dezenas de seus militantes e os vultosos recursos de financiamento internacional que recebe, deixa evidente seu posicionamento ideológico contrário ao projeto e levanta fortes suspeitas de seu envolvimento e participação em tais estratégias anti-desenvolvimentistas que acertam em cheio o projeto de desenvolvimento nacional.

Os responsáveis pela construção de Belo Monte estimam que essa tenha sido a pior das dezesseis invasões já registradas e temem um desfecho trágico nas próximas, dada a violência crescente dos episódios. Eles também receiam que um novo confronto entre manifestantes, operários e forças de segurança possa provocar uma paralisação mais longa, que impediria a entrega da usina no prazo previsto. Nesta semana a Norte Energia irá ao governo federal exigir o aumento da segurança na região. Os índios deixaram o canteiro na madrugada de sexta-feira, mas nem precisavam ter se incomodado. Na mesma manhã, a Justiça suspendeu a liminar de reintegração de posse que havia sido obtida pelos construtores da usina.

Tal uso estratégico das minorias étnicas contra o projeto de desenvolvimento da nação é maquiavélico e pernicioso. Como pesquisador das relações interétnicas entre indígenas e a sociedade nacional envolvente preciso denunciar e informar que tal manipulação e estímulo à oposição ao desenvolvimento acabam se tornando danosas à imagem dos próprios indígenas, gerando um preconceito na sociedade brasileira, que não coaduna com sua história, e que acaba vendo estes grupos como inimigos do desenvolvimento, como um entrave que nunca foram em cinco séculos de história. O Brasil precisa acordar e se informar melhor sobre as artimanhas que ONGs inter/nacionais lhe impõem de fora para dentro e aqui, por meio da internalização da ideologia belicosa fazem parecer demandas que brotam de dentro para fora. Estaremos alertas.

http://www.revistainfovias.com.br/portal/materias/ed-11/234/_Ent_evista

http://www.socioambiental.org/pt-br/noticias-socioambientais/isa-divulga-nota-em-resposta-a-veja


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