Problemas sociais - soluções liberais
Liberdade política e econômica. Democracia. Estado de direito. Estado mínimo. Máxima descentralização do poder.
A semana começou com o presidente no ataque - mais precisamente contra aqueles que se preocupam com a tirania do Estado -, acusando-os de "teóricos da conspiração" e dizendo a estudantes universitários para rejeitá-los:
"Vocês ouvirão vozes que incessantemente alertam para o fato de o governo não ser nada mais do que uma entidade sinistra, autônoma, a raiz de todos os nossos problemas, mesmo quando eles (membros do governo) dão o seu melhor e fazem bem o seu trabalho; ou que a tirania estará sempre à espreita. Vocês devem rejeitar essas vozes."
O resto da semana, porém, veio dar razão aos "teóricos da conspiração". Foi uma semana de escândalos - grandes escândalos -, como não se via na Casa Branca desde Watergate. Primeiro foram as revelações de que agentes da IRS (Receita Federal), de forma discricionária e ilegal, investigaram as contas de grupos do Tea Party por motivos políticos.
Enquanto isso, no dia 9, o diplomata Gregory Hicks, presente durante o ataque de Benghazi, que vitimou o embaixador americano e outras três pessoas, afirmou perante o Congresso que ele e muitos outros sabiam que o ataque de 11 de setembro de 2012 era terrorismo a partir do momento em que aconteceu, e que ficou chocado quando a administração Obama disse o contrário - e sustentou tal versão durante dias.
Finalmente, veio à luz talvez o mais grave de todos os escândalos, pois envolve a liberdade de imprensa: o grampeamento ilegal efetuado pelo Departamento de Justiça nos escritórios da AP (Associated Press).
O presidente, a exemplo de alguns líderes latino-americanos, agiu como se tudo isso fosse totalmente alheio a sua vontade. Ele soube de tudo pelos jornais, assim como eu e você.
Por mais que tente tirar o corpo fora, entretanto, ele jamais será um espectador qualquer. O presidente não pode realmente saber de tudo que ocorre nas entranhas do Leviatã, mas ele é o líder, é quem define o estado de espírito, quem dá o tom, quem estabelece a atmosfera da administração sob sua chefia. Se ele é arrogante, a arrogância se espalha; se ele é autoritário, o autoritarismo se espalha; se ele é cínico, o cinismo se espalha; se ele não respeita os adversários, seus subordinados se sentirão impelidos a fazer o mesmo.
Por João Luiz Mauad
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