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África: barreiras ao crescimento econômico


Quinta-feira, 14 de agosto de 2014 - 17h38

Problemas sociais - soluções liberais
Liberdade política e econômica. Democracia. Estado de direito. Estado mínimo. Máxima descentralização do poder.


A virada do milênio foi boa para a África: de 2000 para cá houve um importante crescimento em diversos países do continente. Mas não há ajuda internacional que possa compensar o estrago que fazem as diversas barreiras ao desenvolvimento.

Em relatório para o Cato Institute, os pesquisadores Marian L. Tupy e Dalibor Rohac apresentam o que os países africanos precisam fazer para se desenvolverem e crescerem. As economias africanas tiveram, sem dúvida, uma evolução positiva nos últimos anos:

De 2000 a 2008, o produto interno bruto cresceu a uma taxa de 4,9% ao ano, o dobro da taxa de crescimento verificada na África na década de 1990.

Entre 1990 e 2010, a população africana dobrou. Ao mesmo tempo, o percentual de africanos que vivem com US$1,25 por dia caiu de 56% para 48%. A taxa de pobreza deve cair para 24,0% até 2030.

O acesso à água potável aumentou de 48,0% para 64,0% entre 1990 e 2012.

De acordo com um relatório de 2010 da McKinsey, o crescimento recente na África é resultado da redução da inflação (queda de 22,0% na década de 1990 para 8,0% na primeira década de 2000), uma redução de dois terços nos déficits orçamentais e melhoria da qualidade das instituições em geral.

Mesmo assim, o continente segue o rastro do resto do mundo. A África é a região economicamente menos livre do mundo, e impõe elevadas tarifas que bloqueiam o comércio.

Para ter um crescimento econômico sustentável, Tupy e Rohac enfatizam que os países africanos precisam empreender uma série de reformas institucionais, além de remover barreiras ao comércio e ao investimento. Muitos países africanos sofrem com obstáculos regulatórios. Por exemplo:

Um estudo realizado pelo Ministério do Comércio e Indústria de Ruanda revelou que um motorista de caminhão que percorre a distância de 1.000 milhas [1.610 km] de Kigali para Mobasa, Quênia, deve parar em 26 barreiras de estrada e pagar propina (uma média de 846 dólares) ao longo do caminho. O estudo também descobriu que os motoristas levam 121 horas para fazer a viagem.

De acordo com um economista do Banco Mundial, os caminhoneiros de supermercados do sul da África que cruzam fronteira podem ser obrigados a levar a assombrosa quantidade de 1.600 documentos com eles para atender a requisitos de licenciamento.

Aumentar a ajuda externa, dizem os pesquisadores, não é a solução para um crescimento melhor:

A ajuda externa para a África supera de longe a que se destina a outros países, com a ajuda per capita de 32 dólares ao ano, de 1979 a 2012. Já a ajuda à Índia no período foi de 1,93 dólares per capita.

No entanto, o crescimento médio na África foi de apenas 0,27% durante o mesmo período, em comparação com 4,4% de crescimento na Índia.

Tupy e Rohac acreditam, no entanto, que os países ocidentais podem contribuir para o crescimento africano. Eles incentivam as nações africanas, por outro lado, a pressionarem os países ocidentais para pôr fim a suas políticas protecionistas agrícolas, que prejudicam os países em desenvolvimento, como os da África.

Por Ligia Filgueiras

Por National Center for Policy Analysis. 1 agosto de 2014.


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