Problemas sociais - soluções liberais
Liberdade política e econômica. Democracia. Estado de direito. Estado mínimo. Máxima descentralização do poder.
"Há alguns mecanismos que, vamos dizer assim, até elevam a diminuição de pessoas que pagam imposto, à medida que sua renda é estabelecida no âmbito de empresas pessoais"... "Acho que, se houvesse um sentimento nessa direção [de mudar regras do IR], primeiro haveria de tratar desses casos egrégios". Joaquim Levy, em entrevista recente.
Pelo visto, essa "doença" pega. Bastou Levy entrar para o governo petista e já começa a falar no idioma da sua presidenta: "dilmês castiço". Ou seria ele a própria Dilma com PhD em Chicago?
Fala sério! Chamar Joaquim Levy de liberal, como vem fazendo a imprensa tupiniquim, chega a ser patético. Assim como há seres marinhos que não são peixes, há economistas de Chicago que não rezam pela cartilha do Milton Friedman. Nessa altura do campeonato, nenhum liberal tentaria equilibrar as nossas contas via aumento de impostos, muito menos se esses impostos recaírem sobre a já bastante combalida e sacrificada classe média (aliás, um liberal de verdade sequer aceitaria trabalhar para esse governo que aí está).
Há muito, as pessoas sensatas deste país (e não necessariamente liberais) sabem que, no Brasil, o problema não está na baixa arrecadação, mas nos altíssimos gastos de um Leviatã tão guloso quanto incompetente e corrupto. Para fazer ajuste fiscal desse jeito, não era preciso nenhum PhD de Chicago ou Harvard. O próprio Mantega daria conta do serviço, talvez até com mais competência.
Por que chamaram Levy? Porque seus títulos acadêmicos transparecem alguma credibilidade junto ao mercado. A turma petista, principalmente Lula e João Santana, tem muitos defeitos, mas a burrice não é um deles. Os caras são malandros até demais.
Pegaram alguém com fama de liberal para fazer o trabalho "sujo". Amanhã, quando os verdadeiros liberais começarem a falar contra os aumentos de impostos, eles simplesmente dirão que fomos "nós" os responsáveis.
A propósito, tudo isso já era mais ou menos esperado, afinal, como equilibrar as contas sem cortar os famigerados gastos sociais - que consomem a imensa maioria das despesas do governo - ou demitir pessoal? Só tem um jeito. E esse jeito não é nada liberal.
Levy sabia disso antes de aceitar o cargo? Evidentemente que sim.
Por João Luiz Mauad
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