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Scot Consultoria

Boa notícia: pobreza extrema no mundo já é inferior a 10% da população


Segunda-feira, 5 de outubro de 2015 - 16h11

Problemas sociais - soluções liberais
Liberdade política e econômica. Democracia. Estado de direito. Estado mínimo. Máxima descentralização do poder.


“Esta é a melhor notícia de hoje no mundo – estas projeções mostram que somos a primeira geração na história humana que pode acabar com a pobreza extrema” – Jim Yong Kim, presidente do Banco Mundial.

No início de 2015, como faz quase todo ano, a ONG britânica Oxfam publicou, com cobertura midiática global, mais um de seus relatórios sobre a desigualdade de riqueza no mundo, onde conclui que as 80 pessoas mais ricas do planeta têm hoje tanta riqueza acumulada quanto a soma dos 50% mais pobres da humanidade.

Baseados nos resultados apresentados pelo famigerado documento, vários especialistas propõem uma intervenção firme dos governos a fim de melhorar a distribuição da riqueza e da renda, principalmente taxando pesadamente os rendimentos e o patrimônio dos ricos.

Aos olhos destreinados e pouco habituados às leis econômicas, muitas vezes contra-intuitivas, esse tipo de solução pode parecer até oportuno.  Porém, antes de consumir, mais uma vez, essa panaceia estatizante e intervencionista, penso que deveríamos explorar com cuidado alguns fatos a respeito do tema.

Desde a publicação, em 1755, da célebre obra de Jean-Jacques Rousseau, “Discurso sobre as origens da desigualdade”, os ideólogos da esquerda têm dado exagerada ênfase aos aspectos negativos da disparidade de riqueza e rendimentos gerada pelo processo de acumulação capitalista, como se ela fosse responsável pelas misérias do mundo, o que, absolutamente, não é verdadeiro.

Primeiro, é preciso distinguir os conceitos de pobreza e desigualdade, não raro utilizados como sinônimos, bem como examinar as quase sempre inconsistentes relações de causa e efeito entre eles.  Se, num país como os EUA, onde as desigualdades são notórias, os padrões de pobreza estão longe dos extremos verificados no terceiro mundo, na Coréia do Norte e em Cuba a diferença de rendimentos é insignificante, o que não impede que a miséria por lá tenha contornos medievais.

Em economias verdadeiramente capitalistas, onde o governo não interfere escolhendo vencedores e perdedores, a existência de milionários e, consequentemente, de desigualdade, longe de ser algo a lamentar, é altamente bem vinda. Em condições de livre mercado, a riqueza pressupõe acúmulo de capital e investimentos em empreendimentos rentáveis, onde os escassos recursos disponíveis são utilizados de forma eficiente na produção de coisas necessárias e desejáveis. Num sistema desse tipo, os ricos criam um monte de valor para um monte de gente, além, é claro, de um monte de empregos.

Embora sem o mesmo estardalhaço dos estudos da Oxfam, o Banco Mundial divulgou esta semana um relatório demonstrando que o número de pessoas que vivem em condições de extrema pobreza no mundo diminuirá, no final de 2015, para 702 milhões, em comparação com os 902 milhões de 2012. Isso significa que a miséria no mundo terá caído, pela primeira vez na história da humanidade, para 10 % da população.

Segundo o relatório, somente nos últimos três anos, 200 milhões de pessoas, principalmente na China, na Índia e no Sul da Ásia – países que nas últimas décadas, embora em diferentes momentos, largaram o socialismo e abraçaram o modelo capitalista – saíram da extrema pobreza, fazendo com que o percentual total em relação à população mundial tenha passado de 12,8%, em 2012, para 9,6 %, no final deste ano.  É importante destacar que esta queda se deu ao mesmo tempo em que o Banco Mundial aumentou de U$1,25 para U$1,90 ao dia a linha da pobreza extrema.

Já a miséria, que infelizmente ainda subsiste nos países mais pobres, principalmente na África, não é resultado da ganância capitalista, da globalização ou do neoliberalismo, como gostam de berrar os próceres da Oxfam e congêneres, mas da incompetência e da corrupção de mandatários e dirigentes daquelas nações, do desperdício da ajuda internacional que recebem em profusão e da persistência nos modelos econômicos injustos e ineficazes.

A razão do colapso das economias africanas está seguramente muito mais no estatismo que no mercado, muito mais no socialismo que no capitalismo. Não é de estranhar que os piores casos ocorram justamente naqueles países onde, após as respectivas independências, se adotaram os sistemas soviético, cubano ou chinês e sua receita infalível para a ruína econômica.  Quem duvida, basta comparar as histórias dos vizinhos Zimbabwe e Botswana, que escolheram caminhos diferentes e colheram frutos diametralmente opostos em termos de prosperidade e bem estar.

Resumindo, nunca é demais repetir: os falsos amigos dos pobres não querem saciar sua fome e melhorar sua vida. Pretendem, única e exclusivamente, imputar ao capitalismo uma miséria que é filha do socialismo, do populismo, do assistencialismo e do totalitarismo.  Não caiam nessa lorota.

Por João Luiz Mauad.


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