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Milho – Cepea


Quarta-feira, 18 de maio de 2016 - 13h58

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) é parte do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (DEAS) da Esalq/USP.


Em abril, os preços do milho estiveram cerca de 85,0% acima dos verificados no mesmo período do ano passado, em termos nominais, considerando-se a média das regiões acompanhadas pelo Cepea. Apesar do retorno das chuvas em muitas regiões produtoras, na segunda quinzena do mês, foi pequeno o alívio às lavouras e a situação ainda era considerada crítica em alguns casos.

De acordo com colaboradores do Cepea, em alguns casos, especialmente no Cerrado, produtores consideraram até mesmo dessecar parte das lavouras e/ou eliminar talhões de forma mecânica, antes mesmo da formação de grão, pois não havia expectativa de produtividade que compensasse a colheita.

No Paraná, o Deral/Seab reajustou negativamente a estimativa de produção da segunda safra, para 12,39 milhões de toneladas, 240,00 mil toneladas a menos que o estimado em março, por conta da menor produtividade. Em Mato Grosso, o Imea também divulgou no início de maio possível redução de 16,5% na produtividade do estado, que ficaria na casa de 91 sacas/hectare.

Nesse cenário de incertezas, o ritmo de negociação tanto do grão disponível quanto para entrega futura diminuiu e os preços registraram altas. Na BM&FBovespa, o contrato Maio/16 subiu expressivos 10,9%, fechando a R$ 49,61/saca no dia 29/4. O vencimento Julho/16 teve ganho de 15,5% no mês, fechando a R$ 43,90/saca. Outros contratos do segundo semestre também registraram forte alta, e os vencimentos Setembro/16 e Novembro/16 valorizaram-se em 16,7% e 15,1%, respectivamente, no mês, indo para R$ 40,98/saca e R$ 41,79/saca no dia 29/4.

Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, houve alta de 10,1% no mercado balcão (preço recebido pelo produtor) e de 11,3% no de lotes (negociação entre empresas), considerando-se as médias de março para abril. As altas no mercado de balcão podem ser vistas como incentivo para que produtores aumentem o plantio do cereal. O valor médio do Indicador ESALQ/BM&FBovespa (base Campinas-SP) em abril foi de R$ 48,92/saca, alta de 2,5% em relação ao mês anterior.

Em outras regiões, em especial do Paraná, os preços subiram ainda com mais força, devido ao comportamento mais agressivo de compradores. Como resultado, pela primeira vez, o preço médio em Cascavel superou o Indicador. A demanda do Paraná esteve aquecida e a disponibilidade do cereal, baixa.

No campo, a colheita do milho verão entrou na reta final na última semana de abril. No Paraná, 97,0% da área havia sido colhida até o dia 25/4. No Rio Grande do Sul, as chuvas intensas no período reduziram um pouco o ritmo de colheita que, segundo a Emater, havia atingido 90,0% da área até o dia 28/4. As expectativas foram positivas para a safra gaúcha, com boas produtividade e qualidade.

Na Argentina, a alta umidade dificultou os trabalhos no campo em abril. Apesar de produtores terem reportado alagamento em algumas áreas, outras regiões esperavam rendimentos maiores do que em safras anteriores, o que manteve a estimativa de produção em 25,00 milhões de toneladas, com produtividade de 0,9 toneladas/hectare.


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