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Ata do COPOM de novembro/16 sinaliza que poderá haver mudança no ritmo de redução dos juros, porém desdobramentos recentes jogam contra


Terça-feira, 6 de dezembro de 2016 - 15h30

Parallaxis Consultoria - informações sob indicadores econômicos em geral.


Em nossa interpretação, a ata da reunião do COPOM de novembro/16, que deu sequência ao corte da Selic em 25 pontos base, sinaliza que o ritmo da redução poderá se alterar na próxima reunião (10 e 11 de janeiro/17) conforme a inflação corrente seguir surpreendendo para baixo derrubando as expectativas, o BC/COPOM se convencer de que a recuperação será muito mais morosa do que esperavam anteriormente e a conjuntura política corroborar.

No que tange a atividade, o documento reconheceu que os solavancos da economia a partir de agosto não configuram apenas turbulências da recuperação, mas podem indicar uma recuperação mais demorada do que esperavam, pois outubro e novembro seguiram com dados ruins, e a elevada ociosidade (indústria e mercado de trabalho) permanece.

Paralelamente, no que tange a inflação, o comitê reconhece os avanços da desinflação, especialmente com arrefecimento dos preços de alimentos. Por outro lado, ainda destaca a resiliência dos núcleos subjacentes (especialmente de Serviços) em pausa na margem, contudo acredita que a atividade econômica abaixo do esperado no curto prazo e a morosidade da retomada terão como consequência provável a retomada da desinflação desses grupos na margem de maneira mais rápida que pensado outrora.

Como ponto de alerta, o COPOM seguiu monitorando os avanços das medidas fiscais, que poderiam ajudar as expectativas de inflação no balanço de riscos. Ainda ressalta a elevada incerteza que cerca o processo.

 As mudanças no Senado e uma possível interrupção da tramitação da PEC do Teto de Gastos podem mudar o balanço de riscos, podendo segurar a mudança no ritmo de corte de juros, levando o comitê a seguir na toada de cortar 25 pontos base.

Somam-se a esse fato alguns desdobramentos políticos recentes, a declaração de estado de calamidade financeira em novos Estados e o reajuste da gasolina e diesel pela Petrobras, que impõe pressão no curto prazo. Sendo assim, ainda vemos elevada possibilidade da manutenção do ritmo de corte em 25 p.b.. Para tal, devemos monitorar os desdobramentos destes eventos recentes.

Em seu cenário básico, utilizando as expectativas das variáveis do BC e do Mercado (FOCUS), o comitê projeta inflação por volta de 6,6% em 2016. Já para 2017, seu cenário se situa abaixo da meta central (em 4,4%) e marginalmente acima do centro (4,7%) com os inputs do mercado.

De tal sorte, esperamos que o COPOM ainda siga o ritmo de corte de 0,25 p.p. na primeira reunião de 2017 à luz destes desdobramentos recentes. Caso a evolução seja positiva, não descartamos uma aceleração para 0,5 p.p. nesta mesma reunião. Então, com bastante espaço para corte, esperamos que a Selic encerre 2017 em 10,5% a.a.

Destacamos que o aumento no ritmo de redução dos juros é crucial para colocar a taxa de juros real em território menos contracionista e auxiliar a recuperação e o processo de desalavancagem do setor privado.

O baixo nível de atividade, confirmada pela piora dos indicadores de atividade, a distensão do mercado de trabalho e a queda dos salários reais, juntamente com o recuo dos preços de alimentos, já estão exercendo pressão deflacionária significante no curto e médio prazo. Além do mais, as expectativas de mercado para inflação seguem bastante comportadas e em trajetória de queda. Nossas projeções para o IPCA foram revistas recentemente de 6,9% para 6,6% em 2016 e de 4,8% para 4,6% em 2017.


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