Parallaxis Consultoria - informações sob indicadores econômicos em geral.
Foto: jcnet.com.br
O indicador de atividade do Banco Central (IBC-BR), tido como proxy do PIB brasileiro, avançou 0,20%, na última divulgação referente a novembro/16, na comparação mensal com ajustes sazonais, após recuo de 0,15% em setembro/16, retornando a crescer na margem.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o indicador apresentou retração de 2,02%, configurando um recuo inferior ao mês anterior (de -5,34%).
Fonte: BCB
O resultado do indicador foi em linha com o que projetávamos, visto que os modelos da Parallaxis apontavam para um avanço de 0,2% m/m e de -2,0% na comparação interanual.
De tal maneira, o avanço na margem refletiu sobretudo o desempenho surpreendente das vendas no varejo de novembro/16, ao passo que serviços apresentou um crescimento bem moderado e a produção industrial permaneceu praticamente estável no período de comparação.
Contudo, não devemos esperar um resultado positivo para o indicador no mês de dezembro, dado que acreditamos que os indicadores de atividade deverão voltar ao território negativo, especialmente as vendas no varejo, devido a antecipação das compras de final de ano, que devem tirar fôlego do mês de dezembro.
Em tempo, nosso cenário contempla que a atividade econômica se recuperará muito lentamente e de maneira gradual, até que o ciclo de desalavancagem do setor privado tenha se encerrado e os rendimentos dos trabalhadores deixem de recuar.
Fonte: BCB
Em 12 meses encerrados em novembro/16, o indicador acumulou queda de 4,76%, recuperando marginalmente ante o mês anterior (-5,11%). Nos 11 primeiros meses, de janeiro/16 a novembro/16, a queda ante o mesmo período de 2015 foi de 4,6%.
Com os resultados conhecidos até então da atividade para o 4º trimestre/16, e levando em conta nossas projeções para o mês de dezembro, esperamos que o PIB do 4º tri apresente recuo de 0,2% na comparação com o tri imediatamente anterior, livre de efeitos sazonais. Já na comparação com o mesmo tri do ano anterior, esperamos recuo de 1,60%. Para 2016, nossa expectativa de retração do PIB segue em -3,4%. Ao passo que para 2017, esperamos que o PIB avance 0,5%, com viés de baixa.
A boa notícia é que esse 4º trimestre de 2016 já deverá demonstrar uma intensidade de deterioração menor da atividade econômica, ao passo que certa morosidade seguirá sobre atividade ainda este ano. Pois, ainda seguimos com forte tendência de queda na renda dos trabalhadores, que por sua vez contrai a demanda. Simultaneamente, o crédito ainda permanecerá moderadamente restritivo, postergando a retomada mais intensa da atividade.
Por fim, mas não menos importante, a taxa de juros real precisa continuar em sua trajetória de recuo, não permitindo que a política monetária siga tão contracionista, de modo que possibilite a retomada dos investimentos de maneira mais ampla e permita a desalavancagem do setor privado.
Tal processo de desalavancagem ainda não se concluiu e a situação do crédito tem contribuído para que esse processo se estenda por mais tempo. Sendo assim, tais fatores corroboram com nosso cenário de uma atividade ainda bastante enfraquecida em 2017. Já para 2018, a tendência é que a economia apresente um resultado melhor para atividade devido ao fim desses processos.
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