Zootecnista, formado pela Universidade Estadual Paulista - UNESP, Câmpus de Jaboticabal-SP.
Foto: iepec.com
Este tem sido um ano desafiador para o pecuarista.
Os acontecimentos relacionados à JBS, causaram grande confusão no mercado do boi gordo e os impactos negativos foram imediatos.
Maio em queda
Tomando como base Araçatuba-SP, a arroba do boi gordo entrou em maio com preços firmes, após alta de 2,0% ao longo de abril.
Esta firmeza perdurou até o primeiro decêndio do mês, sustentado pela dificuldade de compra de boiadas por parte das indústrias.
Porém, devido ao período final de safra a oferta de bovinos teve incremento gradativo e, dessa forma, as escalas de abate se alongaram e os estoques aumentaram.
Ao final da primeira quinzena de maio o mercado do boi gordo já estava pressionado e as cotações entraram em viés de baixa.
Com esse viés baixista vieram as delações premiadas (Lava Jato) envolvendo a maior empresa do setor frigorífico, o que afetou não somente a pecuária de corte, mas a economia e a política também, pressionando ainda mais as cotações da arroba do boi gordo.
Desde o dia em que as delações dos irmãos Batista foram ao ar em 17 de maio, a arroba do boi gordo em São Paulo caiu seis vezes até o final do mesmo mês e terminou com desvalorização de 5,0% em relação ao fechamento de abril.
Quando consideramos a variação da arroba do boi gordo desde o início do ano até o final de maio, como mostra a figura 1, temos a maior queda da cotação da arroba, para o período, desta década.
Expectativas
Diante de toda esta turbulência e das incertezas no mercado do boi gordo, o momento é de cautela nos negócios.
Acompanhar o mercado é relevante para o pecuarista.
Ainda é cedo para qualquer projeção mais profunda, pois aparentemente a crise não terminou.
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