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Scot Consultoria

Tudo de volta ao normal?!


Sexta-feira, 21 de julho de 2017 - 10h00

Médico-veterinário, pós-graduado pela ESPM, MBA em finanças pelo Insper-SP e sócio diretor da Radar Investimentos


Foto: Scot Consultoria


O mercado físico, sobretudo em São Paulo, ainda está sofrendo com o aumento da oferta do final da safra e suas consequências negativas nos preços, porém, o mercado futuro aparentemente já deixou tudo isso para trás e opera em forte alta, inclusive retomando os patamares vigentes antes da delação dos controladores da JBS.

Na praça paulista, o cenário ainda é bastante complicado, com escalas longas e pressão de baixa por parte das indústrias. Associado a isso, o mercado interno segue com dificuldades de absorver a produção atual e a carne com osso vem, dia a dia caindo de preços. Apenas em julho a queda foi de 5,0%. A forte onda de frio que acometeu praticamente todo o Brasil nos últimos dias, com geadas relevantes em algumas partes de Mato Grosso do Sul, serviu para dar mais força ao cenário baixista atual.

A boa notícia é que com a venda de ativos da JBS caminhando bem, o mercado futuro passou a perder o medo de um desfecho mais traumático e vem operando em forte alta nos últimos dias.

Nem mesmo a notícia do chamado “mensalinho dos fiscais agropecuários” foi suficiente para interromper essa trajetória de alta iniciada em 20/6 e que trouxe o contrato de outubro dos inacreditáveis R$ 118,00/@ para os atuais R$ 133,25/@ vigentes no momento (por volta de 13:00 de 20/7).

Essa divergência de movimentos entre físico e futuro trouxe o carrego para a máxima do ano e, apenas para ter uma ideia da inversão de situação, saímos de um carrego negativo de -7% em 21/6 para os atuais 6%. Acompanhe a figura 1.

Figura 1.
Relação entre mercado físico e futuro do boi gordo.
Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

O atual movimento de alta aparentemente tem características parecidas com o movimento de baixa, ou seja, movimentos de stop e necessidade de proteção de posições vendidas em opção acabam aumentando muito a volatilidade e a extensão do movimento e, da mesma forma que era muito difícil “cravar” o final do movimento de baixa, agora também deve ser difícil “cravar” o final da alta.

A diferença é que agora, à medida que os preços vão melhorando, podem atrair vendas de produtores que queiram aproveitar para fixar preços ou comprar seguros de preço mínimo.

Será que diante da baixa do custo da alimentação e do baixo ágio na compra do boi magro essa recuperação será suficiente para estimular alguma melhora de oferta na entressafra, ou será que os preços futuros terão força para buscar patamares mais altos?


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