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Scot Consultoria

Agosto foi à gosto de quem?


Segunda-feira, 4 de setembro de 2017 - 09h45

Médica veterinária, formada pela Universidade Estadual Paulista - UNESP, Câmpus de Jaboticabal-SP. É analista de mercado da Scot Consultoria. É editora-chefe das publicações da Scot Consultoria. Responsável pela divulgação em mídias parceiras, coordenando o tráfego de conteúdo para revistas e jornais. Pesquisadora de mercado nas áreas de boi, leite e grãos. Ministra aulas, palestras, cursos e treinamentos nas áreas de mercado do boi e assuntos relacionados à agropecuária em geral.


Desde o início de agosto, ajustes positivos vêm acontecendo na cotação da arroba do boi gordo. A pergunta que desponta diante desse quadro é: trata-se de um momento de alta real ou de um momento de recuperação de perdas?

A trajetória de queda das cotações vivida nos últimos meses mudou de direção. O mercado virou. Comparando a variação da cotação mês a mês é possível perceber essa inversão de tendência (figura1).

Figura 1. Variação mês a mês da cotação da arroba do boi gordo, a prazo.

Fonte: Scot Consultoria

Em agosto, das 32 praças pesquisadas pela Scot Consultoria, a arroba subiu em 31 delas, resultando, em média, de 8,2% de valorização.

Destaque para as praças de Goiás, São Paulo e Mato Grosso do Sul cujas altas foram de 14%, 13% e 15% respectivamente (figura 2).

Figura 2. Desempenho da cotação da arroba do boi gordo a prazo em agosto.

Fonte: Scot Consultoria

A entressafra está ditando o ritmo das altas.

A retração da oferta acontece para os bovinos terminados em pasto e para os bovinos terminados em confinamento.

Em função dos fatos vividos nos últimos seis meses, houve uma quebra de confiança do setor e a quantidade de boiadas originadas nos confinamentos de primeiro turno diminuíram. Essa retração de oferta foi sentida fortemente em agosto e a cotação subiu. O final das chuvas e dos estragos causados pela seca e pelo frio finalmente exerceram seu peso.

Outro motivo que explica a atual escassez de oferta tardia foi o prolongamento das chuvas, a seca esperada em maio não veio, os pastos permaneceram com boa capacidade de suporte e o escoamento da oferta de boiadas de pasto foi parcelado entre junho e julho.

A entressafra foi sentida a partir de agosto.

A cotação da arroba subiu, mas a carne bovina não.

Em função disso, em meados de julho a margem dos frigoríficos, segundo os indicadores da Scot Consultoria, que era de 42%, está em 21,1%, se aproximando da média histórica.

Como estamos no começo de setembro e se aproximando do dia do pagamento dos salários, a expectativa é de que o mercado fique firme, pois sazonalmente nesse período o consumo interno de carne bovina melhora.


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