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Scot Consultoria

A inseminação artificial e a eficiência do rebanho (parte 2)


Quarta-feira, 20 de setembro de 2017 - 14h27

Médico Veterinário pela Universidade Federal de Goiás, especialista em Pecuária de Corte pelo Rehagro, sócio-diretor da Qualitas Melhoramento Genético, com 21 anos de atuação nas áreas de gestão, produção e melhoramento genético. O Programa Qualitas de Melhoramento Genético conta com mais de 40 fazendas, nos estados de GO, TO, RO, SP, PR, MG e MT e também na Bolívia, totalizando um rebanho de mais de 250.000 cabeças.


Foto: Scot Consultoria


Na primeira parte deste texto (clique aqui para ler) apresentamos os efeitos da utilização da inseminação artificial com observação de cio sobre a distribuição de nascimentos dos bezerros e sobre a taxa de permanência das vacas no rebanho.

Agora apresentamos o efeito da utilização da IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo) sobre estes dois fatores na mesma fazenda.

No gráfico 1 apresentamos a distribuição de nascimentos quando todas as matrizes receberam uma IATF e depois foram repassadas com touros em estação de monta com 120 dias.

Gráfico 1.
Distribuição de Nascimentos nos anos de 2011 a 2015.
Fonte: Elaborado pelo autor

Como mostramos na primeira parte do texto (clique aqui para ler), quanto mais cedo o bezerro nascer, menor será a mortalidade pós-parto, mais pesado ele será desmamado e com menor idade ele será abatido. Se considerarmos outubro como data limite para partos “ideais”, verificamos que a I.A.T.F. proporcionou a seguinte concentração de partos em cada ano:

2011 – 91% dos partos até outubro

2012 – 74% dos partos até outubro

2013 – 67% dos partos até outubro

2014 – 87% dos partos até outubro

2015 – 91% dos partos até outubro

Apesar de melhorar a concentração dos partos no período ideal verifica-se que nos partos com matrizes primíparas (2012) e secundíparas (2013) este percentual piorou, caindo para 74% e 67% respectivamente. Isso mostra que, estas categorias apresentaram um maior percentual de fêmeas que não emprenharam na IATF e que, demoraram para sair do anestro (dar cio novamente), adiando a parição para novembro e dezembro. Se essas fêmeas tivessem recebido uma ressincronização, provavelmente a concentração de partos até outubro teria se mantido por volta de 90%.

Agora apresentamos o comparativo dos dois períodos em relação à taxa de permanência das matrizes no rebanho.

Tabela 1.
Taxa de permanência das matrizes no rebanho.
Fonte: Elaborado pelo autor 

A IATF melhorou drasticamente a taxa de permanência das matrizes no rebanho e isso impacta diretamente na fertilidade, aumentando os índices de prenhez. Como benefício há a diminuição da quantidade de novilhas necessárias para a reposição das vacas vazias. Permitindo que somente as melhores novilhas sejam colocadas em reprodução e, só assim, é possível haver, realmente, progresso genético no rebanho.

A tabela 2 mostra que somente com no mínimo 80% de taxa de desmama é possível repor as vacas vazias com as novilhas que estão acima da média (50% melhores) da safra.

Tabela 2.
Novilhas necessárias para a reposição das vacas vazias.
Fonte: Elaborado pelo autor

Portanto, esta tecnologia, muda a produtividade de um rebanho. E se forem utilizados sêmen dos touros “certos”, promove o melhoramento genético com maior velocidade.Com a IATF há o aumento do índice de prenhez, a diminuição da mortalidade pós-nascimento, o aumento do peso de desmama, a diminuição da idade de abate dos machos, o aumento da taxa desmama e da taxa de permanência das matrizes, pois as vacas podem ser emprenhadas com 40 dias ou menos no pós-parto, antecipando e concentrando as parições até outubro.

A distribuição dos nascimentos dos bezerros é uma ótima referência sobre a produtividade do rebanho. Você já deu uma olhada na distribuição da sua fazenda?  


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