Médico-veterinário, pós-graduado pela ESPM, MBA em finanças pelo Insper-SP e sócio diretor da Radar Investimentos
Foto: Scot Consultoria
Com o mercado já operando em ritmo de final de ano e muitos participantes desfrutando das merecidas férias, o volume de negócios tem sido bastante abaixo do usual. No mercado físico a dificuldade de se encontrar pecuaristas dispostos a negociar tem sido grande e com isso as escalas de abate em São Paulo não tem evoluído a contento.
Essa situação apesar de ser esperada e acontecer todos os anos, coloca a indústria num grande dilema, que é subir preços, tentar acelerar as compras e adiantar as escalas da primeira semana de janeiro, ou levar o mercado no ritmo atual assumindo os custos da ociosidade. A primeira opção significaria puxar os preços acima do importante patamar psicológico dos R$150,00/@ em São Paulo, aquecendo o mercado para o início do ano e iniciando o mês de janeiro, onde sazonalmente, o volume de venda de carne recua bastante, numa condição menos favorável. A segunda opção significa ficar com estoques menos abastecidos e arcar com os custos da ociosidade elevada.
Até o momento a indústria parece estar mais inclinada para a segunda opção, já que, apesar de os preços estarem bastante firmes, novas altas têm ocorrido apenas ocasionalmente e sem se espalharem pelo mercado. O mercado futuro também não aposta em nenhum movimento mais brusco e apesar do baixíssimo volume negociado relativizar a precificação da curva, as apostas são de janeiro um pouco acima de dezembro. Na verdade, se considerarmos a diminuição da alíquota de Funrural que ainda depende da sanção do presidente Temer, a expectativa é de preços estáveis em relação aos atuais.
O Indicador Esalq à vista tem tido um comportamento bastante volátil nos últimos dias, caindo R$1,40/@ em 19/12 e subindo R$2,05/@ em 20/12, e o ambiente de poucos negócios favorece essa situação. Para a semana que vem, a expectativa é que o mercado físico tenha ainda menos negócios do que agora e nesse ambiente um outro negócio muito acima ou abaixo do preço atual acaba ganhando um peso relativo maior no indicador, podendo causar distorções de preços. Para quem está posicionado no dezembro ou para quem gosta de fazer “apostas” de última hora na média do indicador essa volatilidade pode gerar uma dificuldade a mais.
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