Zootecnista, professor em cursos de pós-graduação nas Faculdades REHAGRO, na Faculdade de Gestão e Inovação (FGI) e nas Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU); Consultor Associado da CONSUPEC - Consultoria e Planejamento Pecuário Ltda; Investidor nas atividades de pecuária de corte e de leite.
Foto: Scot Consultoria
Dando continuidade aos artigos anteriores (Parte 1) e (Parte 2), cuja abordagem se baseia nas diferentes etapas de um programa de estabelecimento da pastagem e os procedimentos padrões de cada etapa, neste artigo continuaremos na etapa de execução.
7.5) Método de semeadura ou de plantio por mudas: como comentado nos itens 7.1 e 7.2 do artigo “Estabelecendo a Pastagem – parte 2”, o método de limpeza do terreno adotado condicionará os métodos de preparo do solo e, conseqüentemente os de semeadura.
a) Manual – a semeadura é feita na cova ou no sulco ou a lanço, ou com uso de matraca. É adotado em pequenas áreas onde não é possível mecanizar. É o método mais adotado no plantio de mudas, as quais são depositadas em covas ou em sulcos.
b) Tração animal - é adotado em pequenas áreas onde não é possível mecanizar, mas é possível deslocar sobre o terreno com uma plantadora tracionada por um animal.
c) Tratorizado – em áreas mecanizáveis. A semeadura pode ser na linha, no sulco ou a lanço, tanto em plantio convencional ou direto. No plantio por mudas é possível mecanizar com máquinas semelhantes às usadas no plantio de mandioca.
d) Aéreo – em grandes áreas onde a limpeza do terreno foi pelo método tradicional ou em grandes áreas de lavoura. A semeadura, ou sobressemeadura, é feita a lanço pelo avião.
7.6) Época de plantio, condições climáticas: em cada região existe uma “janela” de plantio. Daí a importância do estudo das condições climáticas da região. É prudente esperar a regularidade das chuvas, em meses subseqüentes com precipitação mensal acima de 100 mm. Plantios antecipados ou tardios em relação àqueles períodos são arriscados e mesmo ficando bem estabelecido, a produção de forragem é menor por ocasião do primeiro pastejo e este tem que ser feito tardiamente. Por ocasião do plantio, as máquinas deverão estar revisadas; a equipe que fará o plantio deverá estar preparada e os insumos armazenados.
7.7) Proteção das sementes e mudas: este procedimento é essencial para garantir o sucesso da implantação da pastagem. Tem como finalidades evitar que as sementes sejam levadas por pássaros, insetos, vento ou água das chuvas; de evitar a exposição de sementes e mudas ao sol e sua conseqüente desidratação; para garantir uma maior superfície de contato solo:semente ou solo:muda, condição que favorece a absorção de água mesmo em condições de pouca umidade no solo, acelerando a germinação das sementes e a brotação das mudas. A proteção das sementes pode ser feita pela compactação do terreno, a qual é indicada para sementes pequenas e leves. Neste caso, as sementes não devem ser enterradas a mais de 2 cm de profundidade. Outro método é o enterrio das sementes com grade niveladora totalmente fechada, o qual é indicado para sementes grandes e pesadas, numa profundidade de 4 a 6 cm.
7.8) Adubação de Plantio: Como mais de 92% dos solos brasileiros são pobres em fósforo, o produtor deve estar consciente da importância da aplicação deste nutriente por ocasião do plantio. A fonte de fósforo deve ser misturada às sementes no dia do plantio e o ideal é que fique localizado próximo das sementes, o que implica em plantio em linha, ou em sulco ou na cova (estes dois últimos no plantio de mudas). Aqui cabe ressaltar que o fósforo é um nutriente essencial às plantas, ou seja, essencial em todas as fases do ciclo de vida, entretanto, é na fase de estabelecimento da planta que aquele nutriente é mais importante, devido a sua ação marcante sobre o enraizamento rápido, vigoroso e profundo, e sobre o perfilhamento.
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