Zootecnista, formado pela Universidade Estadual de Maringá - UEM, Câmpus de Maringá-PR. É analista de mercado da Scot Consultoria. Editor-chefe do Relatório de Terras, publicação da Scot Consultoria. Pesquisador de mercado nas áreas de boi, leite e grãos. Ministra aulas, palestras, cursos e treinamentos nas áreas de mercado do boi, grãos e assuntos relacionados à agropecuária em geral.
Foto: Visual Hunt
A inflação, que desacelerara no primeiro trimestre do ano, cresceu a partir de abril em ritmo acelerado, embora ainda longe do observado em 2015, quando atingiu dois dígitos (a última vez tinha sido em 2003).
Porém, apesar da inflação crescente nos últimos dois meses, não há expectativa de que decolará novamente, mesmo com o cenário político e econômico incerto.
Segundo o boletim Focus (publicado semanalmente pelo Banco Central com as expectativas de 120 das maiores instituições financeiras do país) a expectativa para 2018 é de que o IPCA (índice de inflação oficial do Brasil) fique em torno de 3,82% (8/06).
Para 2018, a meta da inflação calculada pelo Banco Central é de 4,5%, com tolerância de 1,5%, ou seja, o piso e o teto da inflação foram fixados em 3% e 6%, respectivamente.
Figura 1.
Série histórica mensal do IPCA de janeiro de 2010 a maio de 2018, considerando o acumulado de doze meses.
Fonte: IBGE
Situação atual.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), cuja alta foi de 0,4% em maio, foi puxado principalmente pelos preços administrados que subiram 1,37% enquanto o preço livre foi de 0,07%.
Dentre os itens que contribuíram para a alta verificada, destacam-se a alimentação, energia elétrica e o transporte.
No acumulado de 12 meses, a alta do item transporte (combustível, veículo próprio e transporte público) foi o que apresentou a maior variação (figura 2).
Figura 2.
Impactos dos itens que compõem o IPCA, considerando o acumulado em 12 meses (até maio/18).
Fonte: Ministério da Fazenda / Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
A alta significativa do transporte se deve, à política adotada pela Petrobrás que desde outubro de 2016 está repassando a variação da cotação do barril do petróleo para as refinarias e, como o barril subiu 74,2% (desde outubro de 2016), o preço do combustível também subiu.
Aliás, o preço do combustível levou à greve dos caminhoneiros que só voltaram aos trabalhos após um acordo com o governo que prometeu atender uma série de exigências.
O problema agora é encontrar uma forma de cumprir o acordo sem desagradar a sociedade. O tabelamento de preços do frete rodoviário, por exemplo, tem gerado insatisfação do setor agropecuário.
Como a economia é influenciada por expectativas, o tabelamento do frete e a aprovação (ou não) de reformas (tributária, previdenciária e trabalhista, por exemplo), afetam o mercado e mexem com a economia (e a inflação) do país.
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