Zootecnista, formado pela Universidade Estadual Paulista UNESP, Câmpus de Ilha Solteira-SP, mestre em Administração de Organizações Agroindustriais pela UNESP, Câmpus de Jaboticabal-SP. É analista e consultor de mercado da Scot Consultoria. Coordena as divisões de pecuária de leite, grãos e avaliação e perícia. Editor-chefe do Relatório do Mercado de Leite, publicação da Scot Consultoria. Atuação nas áreas de análises, estabelecimento de cenários, estratégias de mercado, realização de projeções de preços, oferta, demanda, análises setoriais e pesquisa de opinião e imagem. Ministra aulas, palestras, cursos e treinamentos nas áreas de mercado de leite, boi, grãos e assuntos relacionados à agropecuária em geral.
Foto: Visual Hunt
As entregas de fertilizantes ao consumidor final totalizaram 9,84 milhões de toneladas no Brasil no acumulado de janeiro a maio de 2018, segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).
O volume diminuiu 4,0% em relação ao mesmo período do ano passado. Observe na figura 1, que este ano, com exceção de janeiro, nos demais meses, o volume entregue foi maior comparativamente com o mesmo mês do ano passado. Em maio, a greve dos caminhoneiros prejudicou a entrega de adubos no país e o volume também foi menor.
Figura 1.
Entrega de adubos ao consumidor final no Brasil, em milhões de toneladas.
Fonte: Anda / compilado pela Scot Consultoria –www.scotconsultoria.com.br
Para 2018 a Scot Consultoria estima um volume entre 35,00 e 35,50 milhões de toneladas de fertilizantes entregues no país, frente as 34,44 milhões de toneladas em 2017, recorde até então. Ou seja, do lado da demanda, o quadro é de boa movimentação este ano.
Mercado e expectativas
A expectativa é de aumento da demanda por fertilizantes daqui para frente, considerando as compras para o plantio da safra brasileira 2018/2019.
As recentes altas de preços da soja e do milho e o bom desempenho do setor sucroalcooleiro deverão impulsionar a demanda por adubos na temporada que tão logo se inicia.
Esta maior movimentação no mercado interno somada as valorizações do dólar em relação a moeda brasileira são fatores de alta para os preços dos adubos nos próximos meses. As cotações estão firmes desde o começo do ano no país.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, o preço da ureia agrícola subiu 7,4% no acumulado desde janeiro último e o insumo está custando 13,2% a mais na comparação com maio de 2017 (figura 2). Para os adubos potássicos e fosfatados as altas anuais foram de 5,5% e 8,0%, respectivamente.
Figura 2.
Evolução dos preços médios da ureia agrícola em São Paulo, sem o frete, em R$ por tonelada.
Fonte: Scot Consultoria –www.scotconsultoria.com.br
É preciso considerar também a menor produção nacional este ano, o que aumenta a necessidade de importação para atender a demanda interna. No caso dos fertilizantes potássicos, as importações representam mais de 90,0% do volume total consumido no país, enquanto as importações de nitrogenados e fosfatados variam entre 50,0% e 60,0% da demanda nacional.
Segundo a Anda, a produção brasileira diminuiu 5,3% nos primeiros cinco meses deste ano, em relação a igual período do ano passado.
Além disso, o cenário de preços mais firmes dos adubos no mercado internacional (oferta mais ajustada), a alta da cotação do petróleo e as especulações acerca da continuidade da produção de fertilizantes nitrogenados nas fábricas da Petrobrás na Bahia e Sergipe são fatores que “ajudam” na sustentação das cotações dos adubos no mercado brasileiro.
Considerações finais
Para o agricultor, a sugestão é antecipar as compras, buscando “fugir” deste cenário de maior movimentação e possibilidade de alta de preços nos próximos meses.
Outro ponto importante, é a questão logística, pensando na entrega dos adubos e atrasos verificados normalmente para quem deixa para a última hora.
Artigo previamente publicado na edição de junho/18 na revista de agronegócio da FGV – AgroAnalysis.
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