A Qualitas melhoramento genético, presta consultoria no intuito de aumentar a qualidade, eficiência e produtividade pecuária de seus clientes, tendo como resultado a ampliação da lucratividade de seus negócios e está sendo representada por Leonardo Souza. Leonardo Souza é Médico Veterinário pela Universidade Federal de Goiás, especialista em Pecuária de Corte pelo Rehagro, sócio-diretor da Qualitas Melhoramento Genético, com 21 anos de atuação nas áreas de gestão, produção e melhoramento genético. O Programa Qualitas de Melhoramento Genético conta com mais de 40 fazendas, nos estados de GO, TO, RO, SP, PR, MG e MT e também na Bolívia, totalizando um rebanho de mais de 250.000 cabeças.
Foto: Fazenda Capivara – Piacatu - SP
Em setembro realizamos o mais importante encontro com nossos parceiros dos Programas de Melhoramento Genético de Nelore e Bonsmara. A semana começou com visitas às centrais de inseminação artificial para vistoria de touros e foi concluída com a apresentação dos touros jovens que terão o sêmen coletado para utilização na próxima estação de monta.
A escolha dos touros (os namorados de suas vacas) é a decisão mais importante que o criador realiza, do ponto de vista de planejamento estratégico do seu negócio. A genética utilizada este ano, por exemplo, irá definir:
1) A qualidade dos animais desmamados daqui a dois anos;
2) A qualidade dos machos abatidos daqui a três anos. Se acertou na escolha, eles estarão gordos até os dois anos de idade;
3) A qualidade das fêmeas paridas daqui a três anos. Se você escolheu corretamente:
- Aos 14 meses elas estarão prenhes;
- Aos 24 meses paridas;
- Aos 26 prenhes novamente;
- E aos 32 meses desmamando bezerros pesados.
Bom, isso se os namorados escolhidos forem realmente “príncipes encantados”.
Mas se a escolha foi ruim:
1) A frustação já começa na desmama, com bezerros leves, que ganharão pouco peso e que serão abatidos somente com três anos ou mais;
2) Nas fêmeas o estrago é gigantesco. O baixo desempenho desde a desmama não permite que:
- Elas atinjam 300kg para emprenhar aos 14 meses, atrasando em um ano a entrada em reprodução.
- Aquelas que emprenharem aos 24 meses, irão parir aos 34 meses e, devido à baixa fertilidade, terão baixa concepção na segunda estação de monta e, pior ainda, desmamarão bezerros leves que só serão abatidos acima de três anos de idade.
- O pior é que as fêmeas que emprenharem continuarão produzindo bezerros ruins enquanto permanecerem no rebanho. Os danos se repetirão no rebanho por vários anos.
Por isso, foi desenvolvido um sistema para ajudar os criadores a serem mais assertivos na escolha dos touros (namorados) que garantirão o sucesso produtivo em suas fazendas. Ele tem como premissa a recomendação de touros provados e touros jovens com probabilidade de serem melhores que os touros já provados.
Os touros provados são aqueles que se encontram no Sumário de Touros Qualitas (para acessá-lo www.qualitas.agr.br), apresentando avaliações genéticas para as seguintes características:
· Peso ao nascimento.
· Peso aos 210 dias.
· Materno total.
· Ganho de peso dos 210 dias aos 450 dias
· Peso aos 210 dias.
· Circunferência escrotal aos 450 dias.
Para estar no Sumário de Touros eles devem ter pelo menos 25 filhos avaliados e nascidos em no mínimo dois rebanhos diferentes.
Apresentarem também avaliações genéticas para as seguintes características visuais: Reprodução; Úbere; Musculosidade; Frame; Aprumos; Ossatura; Profundidade; Inclinação de garupa; Umbigo; Inserção de Cauda; Boca; Pigmentação; Temperamento; Testículos; Racial.
Figura 1. Touro Provado no Qualitas.
Foto: Qualitas Melhoramento Genético
Já os touros jovens, selecionados anualmente pelo Qualitas, passam pelo seguinte processo de seleção:
1) Cerca de 10 mil machos nascidos nas fazendas participantes são pesados ao nascimento, à desmama e aos 15 e 18 meses, têm a circunferência escrotal medida aos 15 e 18 meses e são avaliados visualmente entre 15 e 18 meses de idade;
2) Os melhores 22,5% para todas as características avaliadas recebem o CEIP (Certificado Especial de Identificação e Produção – autorizado pelo MAPA). Este ano foram certificados 1.706 touros aos 18 meses;
3) Dos 1.706 touros, os 120 melhores foram selecionados para teste de eficiência alimentar aos 20 meses no CIGNA (Centro de Inovação em Genética e Nutrição na UNESP de Botucatu – SP);
4) Ao final do teste de eficiência alimentar e avaliação de ultrassonografia de carcaça, 14 touros foram selecionados para coleta de sêmen aos 24 meses e agora estão na Central Bela Vista em Botucatu.
Abaixo estão os touros jovens que poderão namorar as vacas nesta próxima estação de monta.
Tabela 1. Touros jovens selecionados no Qualitas em 2018.
Fonte: Qualitas Melhoramento Genético
Ainda são indicados touros de outros programas de seleção que apresentem avaliações genéticas e que são avaliados funcionalmente em nossas visitas às centrais de inseminação artificial para as características visuais que descrevemos para os touros provados no Qualitas.
Além de indicar os touros para a próxima estação de monta, orientamos os criadores sobre a intensidade de utilização dos touros provados e dos touros jovens. Para tanto, classificamos cada touro com uma nota de risco que varia de 1 a 6. Quanto menor o número do risco, maior a certeza em relação às características que o touro irá transmitir para a sua progênie. Já quanto maior o número, maior a incerteza em relação ao que o touro irá transmitir aos seus filhos.
Por isso, sugerimos ponderar a utilização dos touros, intensificando o uso dos touros provados, que apresentam menor risco, mas usando também os touros jovens que apresentam potencial para serem melhores que os touros provados.
Tabela 2. Classificação dos touros por risco.
Fonte: Qualitas Melhoramento Genético
Para gerenciar corretamente o risco de utilizar os touros jovens sugerimos usar vários touros, com um volume de doses de sêmen reduzido de cada um.
A figura abaixo mostra como é nossa sugestão. Ela explica que 60% das vacas devem ser inseminadas com touros provados (risco 1 e 2), que 30% das vacas devem ser acasaladas com touros jovens (risco 3) e 10% delas deverão ser acasaladas com touros de risco 4.
E se o criador quiser fazer “roleta russa” com seu rebanho, é só utilizar touros de risco 5 e 6. Reforçamos que não há problema em utilizar touros de risco 5 ou 6, mas a intensidade de utilização deve ser bem pequena, para não causar danos ao rebanho se o touro não for bom.
Figura 2. Sugestão de intensidade de uso dos touros.
Fonte: Qualitas Melhoramento Genético
Para finalizar, sugerimos que o pecuarista efetue o acasalamento individual de cada uma de suas vacas. Devemos diminuir o risco de escolher o namorado errado! Cada fêmea apresenta inúmeras características que devem ser consideradas, corrigidas e principalmente, maximizadas:
1) As características funcionais ou de conformação devem ser corrigidas ou mantidas;
2) As características de desempenho e reprodução devem ser maximizadas;
3) A endogamia deve ser controlada.
São inúmeras informações a serem analisadas e combinadas para sugerir o melhor namorado. Por isso, não confiamos no ser humano “sozinho” para tomar esta decisão e sugerimos aos criadores que enviem as informações de suas vacas para a Progênie (www.progenie.com.br), empresa que possui o software mais avançado para realizar os acasalamentos ponderando todas as informações de maneira correta para garantir o progresso genético, produtivo e funcional do rebanho.
Portanto, para não errar é preciso:
1º Selecionar os melhores touros (namorados);
2° Ponderar a utilização dos touros (namorados mais maduros em maior número, sem deixar os pretendentes mais jovens com alta probabilidade de serem “bons partidos” de fora);
3° Acasalar individualmente as matrizes considerando todas as informações relevantes (cada vaca tem o namorado ideal para que seu filho/a seja melhor que os pais).
Grande abraço e inté!
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