Douglas Coelho é zootecnista formado pela UNESP Jaboticabal-SP e sócio da Radar Investimentos
Foto: Scot Consultoria
Não é hoje que o pecuarista torce o nariz ao lembrar do ano anterior. Sem dúvida 2017 foi um ano para ser esquecido. Sinceramente, não sei se esquecido por completo, pois a influência dos fatores externos na pecuária também trouxe grandes lições.
Por outro lado, olhando para as combinações de fatores nas últimas semanas, 2019 pode ser um ano memorável. Isto porque nosso maior importador de carne bovina (China + Hong Kong) quer ampliar os negócios, a Rússia voltou atrás na decisão de embargo e a curva do boi futuro já trabalha com ágio em todos os meses do próximo ano.
As exportações, que foram uma válvula de escape essencial no segundo semestre de 2018, podem colaborar ainda mais adiante, mas o peso dela é menos relevante do que o mercado interno para o boi gordo.
O ponto de virada, ou o propulsor para as cotações está ligado ao desemprego e a renda disponível da população brasileira. Aos poucos temos visto esta taxa regredindo, segundo a DIEESE, o desemprego na região metropolitana de São Paulo ficou em 16,5% em out/18, queda de 0,8 ponto percentual em relação ao mês anterior. O patamar ainda é alto, mas vale ficar atento a este indicador em 2019.
Nesta semana foi possível obter seguro de preço mínimo (put) para dez/18 em R$149,50/@ pagando R$0,75/@ de prêmio. Foi uma oportunidade para quem precisa de proteção para o final do ano. O contrato de dezembro precifica algo ao redor de R$3,00/@ acima dos valores apontados pelo Indicador Esalq USP desta última quarta-feira (28/11).
O pecuarista que se planejou minimamente em jan/17, saiu pela tangente de algumas dores de cabeça. Este mesmo deve entrar em 2019 com mais força, mesmo com várias mudanças a serem feitas com o novo governo, pois sabe que existem ferramentas com custo relativamente baixo para se proteger de baixas ou ampliar o faturamento.
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