Zootecnista, formado pela Universidade Estadual Paulista - UNESP, Câmpus de Jaboticabal-SP.
Figura 1. Escalas médias de abates, por estado, em 1 de março de 2019.
Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
Quando analisamos todas as 32 praças pecuárias pesquisadas pela Scot Consultoria no começo de março, as escalas de abate dos frigoríficos atendiam, em média, 4,2 dias, número que indica a dificuldade para a compra do boi gordo.
Apesar dessa dificuldade, a demanda “água morna” tem segurado as cotações, tanto que em fevereiro, na média de todas as praças pesquisadas, as cotações da arroba do boi gordo fecharam com uma leve valorização de 0,3%.
Analisando praça a praça, descrevemos a seguir um resumo da situação de cada estado:
Acre: As escalas de abate atendem, em média, dois dias de programação, apertadas, mas a lentidão no escoamento da carne mantém as cotações andando de lado. As referências no estado estão estáveis desde o dia 5/2.
Alagoas: Por lá as escalas de abate atendem, em média, oito dias de programação e a oferta tem sido suficiente para atender a demanda sem necessidade de pagamentos acima ou abaixo das referências, tanto que as cotações fecharam estáveis em fevereiro.
Bahia: O volume de oferta está razoável, mas suficiente para atender a demanda. No estado as programações de abate atendem, em média, três dias e meio. Há menor dificuldade para a compra de gado na região Oeste frente a região Sul do estado.
Espírito Santo: A oferta, apesar de não estar abundante, tem sido suficiente para atender a demanda sem necessidades de pagamentos acima das referências, o que mantém as cotações andando de lado. Por lá as cotações para a arroba do boi gordo estão estáveis desde o dia 5/2. As escalas de abate atendem, em média, cinco dias de programação.
Goiás: Oferta restrita no estado com escalas atendendo, em média, três dias e meio de programação. A maior dificuldade na compra de boiadas pressionou as cotações da arroba do boi gordo para cima nas duas praças pesquisadas em fevereiro. Tanto na praça de Goiânia como na praça Sul de Goiás as cotações do boi gordo subiram 2,1% em fevereiro.
Maranhão: Oferta restrita no estado e as escalas de abate atendem, em média, três dias. Durante fevereiro as cotações subiram 2,2%.
Minas Gerais: Nas regiões do Triângulo Mineiro e Sul do estado, a oferta tem sido suficiente para atender a demanda, tanto que as cotações da arroba do boi gordo ficaram estáveis em fevereiro. Já nas regiões de Belo Horizonte e Norte, há maior dificuldade para a compra de boiadas e as cotações subiram em fevereiro, 2,1% e 0,7% respectivamente. As escalas de abate atendem, entre quatro e cinco dias de programação.
Mato Grosso do Sul: No estado há maior oferta de fêmeas, fato que faz com que até alguns frigoríficos saiam das compras desta categoria. No estado, as escalas de abate atendem, em média, cinco dias de programação. A praça de Campo Grande foi a única cuja cotação subiu em fevereiro, alta de 1,4%. Dourados e Três Lagoas fecharam fevereiro com preços estáveis.
Mato Grosso: Oferta restrita de animais no estado e a maioria dos negócios acontecem com lotes menores. As escalas de abate atendem, em média, três dias de programação. Em fevereiro houve valorização para a arroba do boi gordo nas quatro praças pesquisadas, Alta Floresta (0,7%), Sudoeste (1,4%), Cuiabá (0,7%) e Sudeste (1,4%).
Pará: Oferta restrita e dificuldade de embarques devidos às chuvas. Por lá as escalas de abate atendem, em média, três dias de programação. Houve valorização para a arroba do boi gordo nas três praças pesquisadas no estado, Marabá (0,8%), Paragominas (2,2%) e Redenção (3,8%).
Paraná: A oferta no estado está sendo suficiente para atender a demanda e permite aos frigoríficos compras compassadas, sem a necessidade de pagamentos acima das referências. As escalas de abate atendem, em média, seis dias de programação. Apesar da escala estar acima da média nacional, quando há tentativas de compras abaixo das referências os negócios ocorrem desaceleram. Em fevereiro as cotações da arroba ficaram praticamente estáveis no estado.
Rio de Janeiro: Apesar das escalas estarem curtas, atendendo em média três dias de programação, não há interesse dos frigoríficos em alonga-las, pois a oferta está sendo suficiente para atender a demanda. Esse equilíbrio fez com que as cotações fechassem fevereiro em estabilidade.
Rondônia: No estado há maior dificuldade para a compra de machos. Por lá as escalas de abate atendem, em média, cinco dias de programação. Em fevereiro as cotações subiram 0,7%.
Rio Grande do Sul: A oferta no estado tem sido suficiente para atender a demanda e até gerar uma pressão de baixa sobre as cotações. Por lá as programações de abate atendem, em média, quatro dias de programação. No estado as cotações tiveram a maior desvalorização entre todas as praças, 4,7%, mas vale ressaltar que em janeiro as cotações haviam subido 9,2%.
Santa Catarina: As escalas de abate atendem, em média, dez dias, a maior entre todas as praças. Apesar disso a oferta e a demanda estão equilibradas e as referências fecharam fevereiro estáveis. As longas escalas do estado são explicadas pela pequena capacidade de abate das indústrias, que na maioria são menores em comparação a outros estados.
São Paulo: Há dificuldade de compra no estado, principalmente de machos e novilhas, porém, o menor escoamento da carne tem segurado as cotações. Em fevereiro a arroba praticamente fechou estável, com variação positiva de 0,3%. As escalas de abate atendem, em média, quatro dias de programação.
Tocantins: Há dificuldade para a compra de boiadas no estado. As escalas atendem, em média, quatro dias de programação. Em fevereiro as cotações subiram nas duas praças pesquisadas Norte (2,6%) e Sul (1,5%).
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