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Maio subiu e outubro ficou pra trás...


Sexta-feira, 29 de março de 2019 - 17h45

Médico veterinário, pós-graduado pela ESPM, MBA em finanças pelo Insper-SP e sócio diretor da Radar Investimentos


Foto: canalrural.uol.com.br


Finalmente Índice Esalq à vista voltou a ter um maior alinhamento com o mercado físico, retomando a baliza ao redor de R$155,00/@, com mínima de R$150,00 e máxima de R$160,00, que é aproximadamente a baliza de preços vigente em São Paulo no momento. Esse fato, aliado à alta do dólar na semana animou o mercado futuro, que operou com boa alta, sobretudo nos vencimentos da safra.

O contrato de abril fechou o pregão de 27/3 cotado em R$155,50/@ e o de maio em R$153,70, ambos nas máximas de cada contrato. Já os vencimentos de entressafra não acompanharam a reação da safra, com outubro permanecendo ao redor dos R$158,00/@. Essa movimentação trouxe o diferencial entre safra e entressafra, medido pela diferença entre os contratos de maio e outubro, para sua mínima até o momento a R$4,15/@, como pode ser observado na figura 1.

Figura 1.
Spread em reais entre o contrato futuro do boi gordo de maio/19 vs o contrato do boi outubro/19.
Fonte: Broadcast / Elaboração: Radar Investimentos

Essa diferença de R$4,15/@, quando colocada em valores percentuais, corresponde a 2,70%, ou seja, menos até do que a taxa de juros dos seis meses que separam maio e outubro. Essa precificação é bastante estreita pelos padrões históricos e deriva em parte da baixa liquidez do contrato de outubro atualmente. Outro fator que pode explicar isso seria uma expectativa de maior oferta de confinamento na entressafra, na esteira da melhor oferta de milho safrinha, cujo desenvolvimento até o momento tem sido perfeito.

Com a engorda em confinamento crescendo em volume e importância ano a ano, há uma boa discussão se são justificáveis grandes diferenciais de preço entre safra e entressafra, já que na safra o conformo da engorda a pasto torna a decisão de venda ou não dos animais muito mais confortável para o pecuarista. Por outro lado, em momentos de milho mais barato, o ágio no boi magro tende a aumentar, muitas vezes anulando o benefício da engorda mais barata, o que justificaria a existência de maiores diferenciais de preços entre maio e outubro.

Seja qual for sua opinião a respeito, o fato é que a semana foi bastante positiva para os preços do boi gordo, e com o dólar se mantendo em alta, é bem provável que essa firmeza continue nas próximas semanas. Com a tendência de alta perdurando no mercado, caso os contratos da entressafra comecem a ganhar maior liquidez, é provável que eles também reflitam essa situação abrindo boas oportunidades de fixação de preços.

 


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