Zootecnista formado pela UNESP Jaboticabal-SP e sócio da Radar Investimentos.
Foto: Scot Consultoria
Os últimos dias têm sido de altas relevantes para a arroba do boi gordo, seja no mercado físico ou no mercado futuro.
Para colocar uma “lupa” neste movimento é necessário abordar dois conceitos simples, mas que valem a pena serem mencionados de maneira breve, que são: a inflação e o ato de deflacionar o preço de um ativo.
A inflação é amplamente acompanhada por boa parte da população, medida por indicadores, com suas peculiaridades, tais como: IPCA, IGP-M e IGP-DI. Este conceito é importante, pois mede o poder de compra do consumidor e, neste artigo, em específico, foi usado o IGP-DI como referência.
Já o “ato de deflacionar”, grosso modo, é trazer o valor nominal da arroba recebida pelo pecuarista ao valor real, sem o efeito da inflação. Neste sentido, deflacionamos o indicador ESALQ-USP de São Paulo desde 2017.
Figura 1.
Preço médio mensal da arroba em SP, em R$/@, à vista, série nominal e deflacionada.
Fonte: Cepea / FGV
Elaboração: Radar Investimentos
Há um antigo ditado popular que diz que logo depois da tempestade, vem a bonança. Talvez seja prematuro para fazer qualquer tipo de afirmação, pois o mercado é dinâmico e já vimos em anos anteriores fatores externos influenciando na precificação do animal terminado.
No entanto, caso os preços sigam a tendência iniciada entre junho e junho de 2019, depois de um longo período “apanhando”, o poder de compra do pecuarista pode começar a “bater”. Isto deve ser olhado com atenção, não só pelos setores de nutrição animal, genética e outros, mas principalmente pelo pecuarista que pode usar as ferramentas de proteção de preços para 2020.
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