Zootecnista, formado pela Universidade Estadual Paulista UNESP, Câmpus de Ilha Solteira-SP, mestre em Administração de Organizações Agroindustriais pela UNESP, Câmpus de Jaboticabal-SP. É analista e consultor de mercado da Scot Consultoria. Coordena as divisões de pecuária de leite, grãos e avaliação e perícia. Editor-chefe do Relatório do Mercado de Leite, publicação da Scot Consultoria. Atuação nas áreas de análises, estabelecimento de cenários, estratégias de mercado, realização de projeções de preços, oferta, demanda, análises setoriais e pesquisa de opinião e imagem. Ministra aulas, palestras, cursos e treinamentos nas áreas de mercado de leite, boi, grãos e assuntos relacionados à agropecuária em geral.
Fonte: Scot Consultoria
Com a valorização da terra e a concorrência com a agricultura, a adoção de tecnologias, tais como a adubação, suplementação mineral e cuidado com genética, entre outras racionalidades, é o caminho para a melhoria do desempenho da pecuária brasileira e dessa forma concorrer com a agricultura.
O aumento da produtividade, a maior produção de arrobas ou de litros de leite por hectare, repercutem nos resultados, não só através dos ganhos em escala, que impactam na receita da atividade, mas também pela diluição dos custos fixos e variáveis indiretos.
A melhoria da margem para o pecuarista contribui para cobrir os demais custos e investimentos em tecnologia, entre eles a suplementação mineral.
Neste artigo, dentre as tecnologias citadas, abordaremos a suplementação mineral, mais especificamente os volumes consumidos de suplementos minerais pela bovinocultura nacional e o potencial de uso deste insumo, considerando a situação vigente.
O fósforo (P), por exemplo, ganha destaque pelo fato de ser o elemento de maior deficiência nos solos e nas pastagens do Brasil. Como o fósforo representa um dos maiores custos do suplemento mineral é importante ter zelo por esta matéria-prima.
De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), em 2019, foram produzidas 3,21 milhões de toneladas de suplementos minerais para a bovinocultura de corte e leite no Brasil.
Fazendo uma conta simples, se dividirmos o volume produzido do insumo pela quantidade de bovinos no país, estimada em 213,52 milhões de cabeças (IBGE), o resultado será o equivalente a 41 gramas de suplemento mineral por cabeça por dia.
De forma prática, a recomendação média para um suplemento mineral pronto para uso é de 20 gramas do produto para cada 100 quilos de peso vivo (PV) por dia.
Com isso, se considerarmos as categorias de bovinos desmamados (200kg) até a fase de terminação (550 quilos de peso vivo), cada bovino deveria consumir, em média, de 40 gramas a 110 gramas de suplemento mineral por dia, respectivamente.
Para efeito de cálculo, vamos considerar um consumo médio indicado de 75 gramas de suplemento mineral por dia pela bovinocultura. Com isso, o consumo atual estimado está 45,3% abaixo da recomendação técnica.
No entanto, sabemos que, na prática, a suplementação mineral de todo o rebanho não ocorre.
Dessa forma, se considerarmos o volume consumido de suplemento mineral no país e dividirmos pela quantidade recomendada diariamente, temos que o consumo seria o equivalente à suplementação correta de 117,19 milhões de cabeças de bovinos, o equivalente a 54,5% do rebanho total.
Os resultados dessas simulações (ainda que simples) nos mostram o potencial de crescimento do mercado de suplemento mineral no Brasil e, mais do que isso, o potencial de incremento da produção pecuária nacional, através da adoção de tecnologias de fácil implementação e, consequentemente, da melhoria dos indicadores zootécnicos.
Originalmente publicado em www.nutrimosaic.com.br
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