Zootecnista, formado pela FCAV/Unesp, Jaboticabal/SP, mestre em zootecnia na área de nutrição e alimentação de monogástricos pela FCAV/Unesp, Jaboticabal/SP. Coordenador da equipe de inteligência de mercado. É consultor de mercado das áreas de proteínas de origem animal (boi gordo, frango, ovos, suínos), grãos (milho, soja, algodão, trigo), coprodutos e insumos agrícolas. Responsável pela elaboração de projeções e cenários de oferta e demanda para os mercados em curto, médio e longo prazo. É editor-chefe de Cartas de cunho de mercado de responsabilidade da Scot Consultoria (Grãos, Insumos e Boi), do Relatório do Mercado Terras, dos informativos “Boi Companhia” e “Tem Boi na Linha” e demais publicações da Scot Consultoria. Redator e revisor das análises da Scot Consultoria publicadas nas revistas Coopercitrus, Balde Branco, Agroanalysis, BroadcastAgro e outras publicações especializadas na área. Ministra palestras, cursos e treinamento nas áreas de mercado do boi, grãos e assuntos relacionados à pecuária e agricultura em geral.
Em plena entressafra, o mercado do boi gordo segue “largado”. Em São Paulo, os preços caíram pela segunda semana consecutiva. O boi gordo que atende ao mercado interno é negociado em R$225,00/@, já o “boi China” em R$230,00/@, o ágio chega a R$5,00/@.
O preço vigente atingiu a mínima desde julho de 2020. Há testes abaixo da referência e a possibilidade de romper este patamar não está descartada.
O quadro atual, que persiste, é de preços menores à carne bovina exportada, competitividade acirrada frente à outras carnes, com destaque à carne de frango, e uma boa oferta de boiadas, seguindo a expectativa do ciclo pecuário, na temporada 2023.
Em termos de oferta, o IBGE divulgou, em 10/8, dados preliminares referentes ao abate de bovinos no Brasil. Durante o segundo trimestre do ano, o abate de bovinos cresceu 12,3% e 11,0% nas comparações trimestral e anual, respectivamente. O total de bovinos abatidos, no 2º trimestre deste ano, foi de 8,25 milhões. O abate no segundo trimestre é o maior, em termos trimestrais, desde o terceiro trimestre de 2019.
Mantemos a perspectiva de maior disponibilidade de carne bovina no mercado interno, frente aos últimos anos, o que pode melhorar o consumo doméstico, mas a competitividade ante as carnes de frango e suína pressiona o setor.
No mercado externo, se o câmbio colaborar e as perspectivas de boa demanda forem concretizadas, há espaço para ajustes positivos ao prêmio à exportação, mas que deverão ser pontuais e não mudarão a conjuntura vigente.
O momento é desafiador e deverá persistir no curto e médio prazos. Ao produtor, será fundamental para a saúde de seu negócio levar em consideração que, ao chegarmos no fundo do poço, a única saída é para cima.
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