Doutor em engenharia de produção pela Escola Politécnica da USP; Master of Science pelo MIT - Massachusetts Institute of Technology e engenheiro civil pela Escola Politécnica da USP. Atualmente é membro do conselho de administração da BRF/AS. É ex-secretário de produção e comércio do MAPA, ex-membro do Conselho Monetário Nacional (CMN), ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB); fundador e ex-presidente do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária de São Paulo (FUNDEPEC); ex-presidente da Associação Brasileira da Industria Exportadora de Carne Suína (ABIPECS); ex-membro do conselho de administração: Cia Açucareira Vale do Rosário; Cia de Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP); Banco Mercantil de São Paulo SA e da Embrapa. É autor de mais de uma centena de artigos publicados na imprensa e do livro Pensamento Rural - Reflexões sobre o Desenvolvimento do Brasil.
A defesa agropecuária é essencial para garantir a segurança alimentar, a qualidade dos produtos agrícolas e pecuários, a saúde dos animais e das plantas e a competitividade nos mercados interno e externo.
Defesa agropecuária tem alguns princípios:
• Visam prevenir, controlar e erradicar doenças dos animais e pragas das plantas que podem afetar a produção agrícola e pecuária e, consequentemente, a saúde humana;
• Garantir que os produtos agropecuários destinados ao consumo humano atendam aos padrões de qualidade e segurança;
• Monitorar constantemente a presença de doenças e pragas, bem como os níveis de contaminação em produtos agropecuários;
• Garantir que os produtores e outros envolvidos na cadeia agropecuária estejam cientes dos riscos e saibam como gerenciá-los;
• Estabelecer normas claras, baseadas em ciência, estimular a pesquisa para entender melhor as doenças e pragas, bem como desenvolver novas técnicas e tecnologias para combatê-las;
• Manter a sociedade informada sobre questões de defesa agropecuária, promovendo a confiança na segurança e qualidade dos produtos agropecuários;
• Estabelecer mecanismos de resposta rápida para lidar com surtos de pragas, doenças ou contaminações, a fim de minimizar seu impacto.
Estes princípios ajudam a criar um sistema robusto de defesa agropecuária que protege os consumidores, os produtores e a economia como um todo. A implementação efetiva destes princípios exige um esforço conjunto de governos, indústria e sociedade civil.
O aumento da população de javalis, ou seu híbrido o javaporco, tem criado sérios prejuízos afetando a produção agrícola. Espécie animal exótica, não encontrou inimigo natural no meio ambiente local, aumentando exponencialmente seu número.
A questão do controle dessas populações exige uma política pública. A defesa dos animais selvagens é uma questão multifacetada. O abate de javalis vem encontrando resistência nos órgãos responsáveis pela proteção ambiental. É vital proteger a diversidade biológica para garantir o equilíbrio dos ecossistemas e a sobrevivência de todas as espécies. As práticas humanas devem ser sustentáveis, evitando o esgotamento ou degradação dos recursos naturais e assegurando que as gerações futuras possam também usufruir do meio ambiente. Não é o caso, porém, da invasão dos javalis.
É essencial que as autoridades públicas em conjunto, Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Agricultura e Pecuária, aprovem políticas de abate sanitário, prática já existente e mesmo usual para espécies de animais domésticos. Não se trata de caça, mas do enfrentamento de uma praga exótica.
Outra ação urgente também na linha do abate sanitário é o enfrentamento da proliferação de capivaras infectadas por carrapatos hospedeiros de bactérias. Nos humanos, a febre maculosa é adquirida pela picada do carrapato infectado com riquétsia. A transmissão geralmente ocorre quando o artrópode permanece aderido ao hospedeiro por um período de 4 a 6 horas.
O respeito e a correta proibição da caça de capivaras levaram ao aumento da população desses animais inclusive próximos a núcleos urbanos. Uma política pública de enfrentamento dos riscos à saúde humana é emergencial. Acredito que também aqui o abate sanitário de rebanhos infectados pode controlar a disseminação de seríssimo risco as populações humanas.
Abate sanitário não é caça, muito menos esporte.
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