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Scot Consultoria

Para o avicultor e o suinocultor, primeiro trimestre de 2024 está mais favorável


Segunda-feira, 1 de abril de 2024 - 15h30

Alcides Torres é engenheiro agrônomo, formado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - ESALQ, da Universidade de São Paulo, é diretor-fundador da Scot Consultoria. É analista e consultor de mercado, com atuação nas áreas de pecuária de corte, leite, grãos e insumos agropecuários. É palestrante, facilitador e moderador de eventos conectados ao agronegócio. Membro de Conselho Consultivo de empresas do setor e coordenador das ações gerais da Scot Consultoria.

Juliana Pila é zootecnista, formada pela Universidade Estadual Paulista-UNESP com MBA em Gestão de Negócios pela Pecege USP/Esalq. É editora-chefe da área de pecuária de leite e da Carta Leite. Pesquisadora e analista do mercado pecuário (boi gordo, leite, grãos, frangos, suínos e insumos para a atividade). Ministra palestras e treinamentos nas áreas de mercado de leite, boi gordo, grãos e assuntos relacionados à agropecuária em geral.



Originalmente publicado no BroadcastAgro, da Agência Estado.

Pensando na avicultura de corte e na suinocultura, o principal item de custo é a alimentação dos animais.

Segundo dados CIAS (Central de Inteligência de Aves e Suíno) da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Aves e Suínos, a ração participou, em média, em 69,0% do custo de produção dos frangos, considerando o estado do Paraná, e 75,3% do custo para a suinocultura, em Santa Catarina, em 2023.

Com o milho como o principal item na composição da dieta desses animais, percebemos que 2024 vem se apresentando mais favorável para o granjeiro.

A relação do preço do frango e do suíno vendido na granja versus o valor de compra do milho está em um dos melhores patamares dos últimos anos. Ou seja, com o valor de venda do produto final do avicultor de corte ou suinocultor ele consegue adquirir uma maior quantidade do insumo.

Para as aves de corte, a média do primeiro trimestre está 43,7%, 55,3%, 61,4% e 33,9% maior que as médias de igual período dos anos de 2023, 2022, 2021 e 2020, respectivamente.

Para a suinocultura, considerando o mesmo intervalo de tempo, a relação de troca só não é positiva quando comparado com 2020. Veja as figuras 1 e 2.

Figura 1.
Relação de troca: quilo de milho por quilo de frango vivo vendido, em São Paulo.

*mar/24: dados parciais – primeira quinzena
Fonte: Scot Consultoria

Figura 2.
Relação de troca: quilo de milho por quilo de suíno vivo vendido, em São Paulo.

*mar/24: dados parciais – primeira quinzena
Fonte: Scot Consultoria

Milho em queda 

Esperava-se menor produção na safra 2023/24 desde as primeiras estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em função da perspectiva de menor área e redução na produtividade, que foi recorde em 2022/23, e impulsionou a produção de 131,9 milhões de toneladas.

A estimativa atual (mar/24) para 2023/24, para a safra de milho (1ª, 2ª e 3ª safras) é de 112,8 milhões de toneladas, retração frente às expectativas iniciais, que estimava produção de 119,4 milhões (out/23).

Apesar da menor produção, a partir de janeiro, com o início da colheita da safra de verão e a colheita da soja no Centro-Oeste adiantada em função do clima, que favoreceu o desenvolvimento das lavouras, a semeadura da segunda safra ocorreu, em sua maioria, na janela ideal (até meados de março), em praticamente todo o Brasil, os preços caíram.

A expectativa para os preços dos grãos ainda é incerta. Se o clima colaborar, a produtividade e a produção poderão ser maiores que as estimativas vigentes, cenário que pode pressionar os preços nos próximos meses.

Mas, se o clima impactar, com o atual recorte de menor produção, estoques menores e demanda firme, há a possibilidade de alta às cotações durante a colheita da segunda safra.

Consideração final

O custo do produtor não é somente feito de milho, mas é um bom parâmetro.

Esta relação entre os gastos com a compra do grão e o preço de venda demonstra que a margem das atividades está melhor neste primeiro trimestre de 2024.

Com isso, é possível que a produção continue crescente nos próximos meses, mas é necessário acompanhamento.


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