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Scot Consultoria

Carne bovina: produção e exportação seguindo para recorde


Terça-feira, 16 de abril de 2024 - 06h00

Alcides Torres é Engenheiro agrônomo, formado pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", da Universidade de São Paulo. Ana Paula de Oliveira é Médica veterinária e Zootecnista, mestre em Produção Animal pela FMVZ Unesp. Pedro Gonçalves é Engenheiro agrônomo pela Unesp de Jaboticabal e analista de mercado da Scot Consultoria.



Artigo originalmente publicado no Broadcast Agro, da Agência Estado.

A pecuária de corte brasileira evoluiu e cresceu. Cresceu em tamanho e em qualidade. A área com pastagens cresceu 62,1 milhões de hectares de 1985 até hoje, estimada em 164 milhões de hectares e o rebanho cresceu 111,8 milhões de cabeças, no mesmo período. O rebanho bovino está estimado em 239,4 milhões de cabeças (corte e leite).

O Brasil, mundialmente, é importante na produção e fornecimento de carne bovina. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a expectativa é que, da produção mundial, 18,6% são do Brasil. No comércio internacional, a fatia brasileira é de 20 a 25%.

Atualmente, a produção está estimada em 11,2 milhões de toneladas equivalente carcaça (TEC) para 2024. Mais do que dobrou de tamanho nos últimos 22 anos.

A evolução da atividade é notável. O incremento de protocolos sanitários, reprodutivos e o manejo nutricional cada vez mais presente, impactaram diretamente o processo para essa evolução. E, ainda cabe um espaço grande para esse crescimento produtivo.

Tudo isso de maneira sustentável economicamente, ambientalmente, e socialmente, como deve ser. Sem a necessidade de maiores áreas, apenas com o emprego tecnológico correto. 

A demanda pela carne bovina brasileira tem aumentado naturalmente. E nos últimos dois anos tem sido impulsionado por uma menor produção americana, devido à queda histórica do seu rebanho. Da produção nacional em 2023, cerca de 32,2% foram exportadas (carne in natura, industrializada, salgada, miúdos e tripas).

Figura 1.
Evolução da participação da exportação de carne bovina (in natura, industrializada, salgada, miúdos e tripas) na produção.


Fonte: IBGE e Secex / Elaborado por Scot Consultoria

A China é a principal compradora da carne bovina brasileira. Onde, em 2024, o volume exportado no primeiro trimestre do ano aumentou, sendo recorde. Porém, sua participação diminuiu, o que demonstra o aumento de localidades compradoras da commodity brasileira.

Figura 2.
Exportação de carne bovina in natura e volume de carne exportada para a China, nos trimestres, em milhões de toneladas em equivalente carcaça.


Fonte: Secex / Elaborado por Scot Consultoria

Ainda assim, a importância da China é notável.

O bovino abatido para a produção de carne para o mercado chinês precisa ter no máximo 30 meses ou 4 pares de dentes, animais jovens, portanto, terminados precocemente.

Essa exigência estimulou a produção de bovinos precoces e consequentemente a melhoria dos indicadores zootécnicos.

O peso de carcaça foi um deles, cujo desempenho aumentou nos últimos anos, atingindo a média de 263kg em 2023, frente aos 228kg em 2000.

Por fim, a taxa de lotação cresceu de 1,23 cabeça/hectare, em 1985, para 1,45 em 2024, segundo estimativas de rebanho e área de pastagens. Para demonstrar o salto, é maior que a taxa média de lotação no mundo, que está em 0,27 cabeças/ha.

Já o primeiro lugar na exportação de carne bovina, o Brasil possui, ainda, a possibilidade de se tornar o principal produtor global, ultrapassando os Estados Unidos.

*Alcides Torres é engenheiro agrônomo, fundador e CEO da Scot Consultoria. Com a colaboração de Ana Paula Oliveira, zootecnista, médica-veterinária e analista de mercado da Scot Consultoria, Pedro Gonçalves, engenheiro agrônomo e analista de mercado.


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