Analista de mercado da Scot consultoria.
Foto: Bela Magrela
O uso do solo-cimento é cada vez mais comum nos confinamentos de bovinos. O objetivo é ter um piso resistente à compressão e ter boa impermeabilidade, com o fim de dar conforto aos bovinos confinados, utilizando um material não abrasivo.
O solo-cimento é um material formado pela combinação de solo, cimento e água. A maior parte é composta por solo, e o cimento compõe de 5,0% a 10,0% da mistura.
Este material é amplamente empregado na fabricação de tijolos e paredes monolíticas. O tijolo de solo-cimento, também conhecido como tijolo modular ou ecológico, recebe o título de "ecológico" devido à significativa redução no consumo de energia, pois a produção dispensa o processo de queima.
Eles têm sido utilizados devido à redução nos custos de insumos e à facilidade de aplicação.
Quase todos os tipos de solo podem ser utilizados, mas os mais adequados são aqueles com um teor de areia superior a 50,0%, somente os solos que contêm muita matéria orgânica em sua composição não são adequados. O solo a ser usado na mistura pode ser extraído do próprio local da obra.
Os pisos dos confinamentos necessitam de recorrentes manutenções, impulsionado principalmente por pisoteio e alagamentos, o principal desafio é o controle de buracos e acúmulo de lama.
A formação de lama em confinamentos é um problema, agravado por chuvas, escoamento inadequado de bebedouros e práticas de controle de poeira, gerando custos com manutenção. O solo-cimento é uma alternativa para pavimentação, pois sua resistência a pisoteio e impermeabilidade ajudam a reduzir a lama, tem durabilidade e previne buracos.
Além disso, a limpeza das baias ao final de cada ciclo fica mais simples com um piso compacto e nivelado, que facilita a remoção do esterco, especialmente para confinamentos que vendem biofertilizantes.
O concreto, quando molhado, é abrasivo, podendo causar danos aos cascos dos animais, especialmente durante períodos chuvosos, além disso, o custo da concretagem torna essa opção menos atraente.
O primeiro passo é preparar o terreno, utilizando, por exemplo, uma grade aradora na área de operação, em seguida, distribuir o cimento, após a distribuição uniforme, a grade é passada novamente para incorporar o cimento ao solo.
A mistura é então umedecida com água, com o auxílio de um caminhão-pipa, garantindo o nível de umidade para uma compactação eficiente.
Na fase seguinte, o solo é compactado com um rolo compactador. Recomenda-se deixar o piso descansar por alguns dias antes de colocar os animais no piquete.
De maneira geral, o uso de solo-cimento tem se mostrado eficiente. O custo pode variar conforme a área a ser pavimentada e o preço do cimento. Os gastos são divididos entre metade para a aquisição do cimento e a outra metade para a operação, incluindo mão de obra e uso de maquinário próprio, o que leva a um custo que pode variar de R$10,00/m² até R$15,00/m².
Como em qualquer investimento, a adoção de uma técnica requer uma análise de fatores como custo-benefício e prioridades, a fim de assegurar a viabilidade econômica e operacional da atividade.
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