Alcides Torres é engenheiro agrônomo, formado pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - ESALQ, da Universidade de São Paulo, é diretor-fundador da Scot Consultoria. É analista e consultor de mercado, com atuação nas áreas de pecuária de corte, leite, grãos e insumos agropecuários. É palestrante, facilitador e moderador de eventos conectados ao agronegócio. Membro de Conselho Consultivo de empresas do setor e coordenador das ações gerais da Scot Consultoria.
Ygor Maggiori é analista de mercado da Scot Consultoria
Foto: Shutterstock
A exportação no ano foi recorde (figuras 2 e 3).
Figura 1.
Cabeças exportadas por mês de janeiro a novembro de 2024.
Fonte: Secex / Elaborado pela Scot Consultoria
A quantidade exportada até novembro, foi de 883,5 mil cabeças embarcadas, superou todos os anos, confirmando a expectativa do mercado.
Até então, 2018 tinha sido o melhor ano (figura 2).
Figura 2.
Quantidade de bovinos exportados pelo Brasil nos últimos anos, em cabeças.
*até novembro
Fonte: Secex / Elaborado pela Scot Consultoria
A recuperação da exportação de bovinos é notável. O aumento do desempenho de 2021 para 2024 (até novembro) pode ser visto na figura 2. A pandemia e o aumento do frete marítimo, que é o principal modal de exportação dos bovinos, fizeram com que os importadores optassem pelos rebanhos de regiões próximas. Desse modo a exportação brasileira caiu de 2019 até 2021 (ano com o menor volume da série).
O faturamento em 2024, também é recorde, com US$736,79 milhões (até novembro), atingindo números superiores a 2013 e 2014, cujas receitas foram de US$717,21 milhões e US$674,99 milhões, respectivamente, até então os melhores anos da série (figura 3).
Figura 3.
Faturamento com a exportação brasileira de bovinos nos últimos anos em milhões de dólares.
*até novembro
Fonte: Secex / Elaborado pela Scot Consultoria
O Pará é o líder na quantidade de bovinos exportados.
Em 2024, de janeiro até novembro, o estado respondeu por 56,1% da exportação, com 495,6 mil cabeças e, 58,2%, do faturamento, com US$428,5 milhões.
A Turquia em novembro, foi responsável por 41,6% do faturamento e por 29,5% da quantidade de cabeças exportadas, com US$34,87 milhões e 26,8 mil cabeças. No acumulado, de janeiro a novembro de 2024, o país turco representou 31,7% no número de bovinos (280,3 mil) e 29,3% no faturamento (US$215,74 milhões).
Com o intuito de tornar a carne bovina acessível para a população turca, o presidente da Turquia, na reunião de Cúpula do G20 – realizada no Rio de Janeiro - disse que intensificará a importação de bovinos do Brasil e do Uruguai.
A importação de bovino, serve para estabilizar os preços da carne bovina, e garantir o abastecimento contribuindo para a segurança alimentar turca.
O mercado de bovinos vivos tem espaço para crescer, complementando o negócio pecuário nacional. O rebanho brasileiro atende às demandas dos compradores em qualidade, raça, quantidade e preço.
Em 2024 a exportação de bovinos, atingiu até novembro, 883,5 mil cabeças, um aumento de 51,7% em relação a 2023. No entanto falta dezembro para o encerramento de 2024 e se confirmada a intensificação da importação pela Turquia, o desempenho será ainda maior.
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