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Carta Boi - Ninguém segura o frango!


Sexta-feira, 3 de agosto de 2012 - 15h15

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD, sigla em inglês), em parceria com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, sigla em inglês), divulgou seu relatório anual sobre as perspectivas para as principais commodities agrícolas na próxima década.

Com base nesse relatório, fizemos um balanço dos principais pontos sobre a oferta, demanda e preço das carnes para o período.

Oferta

No quesito produção, OECD e FAO acreditam que os altos e sustentados preços das carnes no mercado internacional promoverão um estímulo à produção nos próximos dez anos. 

Isto deverá ocorrer para todas as carnes analisadas.

Apesar disso, este aumento será limitado pela concorrência com outras atividades agropecuárias e a escassez de investimentos em infraestrutura - principalmente nos países emergentes. 

Veja o avanço detalhado da produção na figura 1.O aumento de produção virá, em grande parte (77% do total), dos países em desenvolvimento. Dentre as carnes, a de frango liderará o avanço produtivo.

O crescimento médio anual na produção das carnes de frango, bovina e suína será de 2,2%, 1,8% e 1,4%, respectivamente. 

Neste sentido não houve grande alteração em relação ao projetado no ano passado. 

Porém, o aumento de produção para a carne de frango nos países em desenvolvimento, que já era o maior dentre as carnes analisadas, foi revisado para cima.

A atual projeção é de que o aumento na oferta de carne de frango dos países em desenvolvimento representará 47,0% do aumento total de produção neste grupo de países. No âmbito mundial, o incremento na produção de carne de frango representará 47,7% do aumento total para o período.

Até o fim do período das projeções - em 2021, a carne de frango será a mais produzida mundialmente, desbancando a carne suína, atual ocupante desta posição.

Demanda

Na previsão de demanda, o incremento para a próxima década virá, da mesma forma que para a produção, dos países emergentes. 

Destaque para a Ásia/Pacífico e América Latina, que serão responsáveis por 74% do incremento na demanda por carnes. Figura 2. 

O crescimento da economia e a crescente urbanização deste grupo de países será o principal vetor do aumento da demanda.

Em relação às últimas projeções esta participação está praticamente estável, mas destacamos a redução de um ponto percentual da fatia destinada à Europa.

Para os países desenvolvidos, fatores como o já elevado nível de consumo, praticamente saturado, menor taxa de crescimento da população e problemas relacionados à renda tendem a atuar negativamente sobre o consumo ao longo do período analisado.  

A carne de frango será a mais consumida mundialmente, sendo o preço mais baixo o principal motivo. Para os em desenvolvimento, estima-se que o incremento na demanda será dividido em 62% para a carne de frango, 19% para a suína, 13% para a bovina e 6% para a ovina.

Preços

As expectativas são de que os preços das carnes se mantenham elevados na próxima década. 
Contribuem para isso os altos custos de produção, principalmente para a alimentação animal, além dos custos com transporte e refrigeração - sendo a logística ainda um grave problema. 

Também colaboram para os altos preços, o crescimento das exigências quanto ao bem estar animal, sustentabilidade ambiental dos sistemas e a maior preocupação com a segurança alimentar.

Na figura 3 estão as projeções de preço para as carnes bovina, suína e de frango.Neste gráfico fica clara como a diferença de preços entre a carne de frango e das demais deve aumentar, sendo este o motivo para as projeções do modelo da OECD/FAO apontarem para o maior consumo desta proteína. 

De 2012 a 2021, as previsões são de que os preços das carnes suína, bovina e de frango terão aumento de 21,6%, 10,0% e 4,8%, respectivamente.

Ressaltamos que um número considerável de fatores de ordem macroeconômica podem afetar estas projeções, ainda mais para o mercado da carne, bastante sensível às mudanças econômicas.

A dinâmica entre os mercados, com as importações e exportações, também ajuda a regular os preços e é mais uma fonte de variação.


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