O ano começou com preços do leite ao produtor acima dos patamares verificados em 2011.
E os custos, estavam menores, considerando o preço dos insumos que compõem o Índice Scot de Custo de Produção de Leite.
Em janeiro deste ano o produtor recebeu 10,4% mais que em janeiro de 2011 e os custos de produção estavam 1,7% menores.
Porém, de maio em diante, a situação mudou.
Considerando o que o produtor recebeu em julho (produção de junho), os preços estão 2,0% menores que há um ano e os custos estão 0,4% maiores. Veja a figura 1.
Mesmo assim, na média de janeiro a julho, os custos ficaram 0,9% maiores em relação a 2011 e os preços aos produtores 4,5% maiores, o que alivia, em certa medida, o cenário dos últimos meses.
No entanto, este ano os custos subiram desde abril, quando comparados ao mês anterior.
O prolongamento das chuvas este ano está fazendo com que a captação de leite, que deveria estar em queda nesta época do ano no Sudeste e Centro-Oeste, esteja praticamente estável.
Isto, aliado à dificuldade de repasse de preços no atacado, fez com que os preços aos produtores caíssem.
Em 2011, os preços ao produtor, na média nacional, subiram até o pagamento de setembro. Este ano caíram em junho.
E os insumos?
Quanto aos insumos, os itens que mais estão pesando no aumento dos custos são os concentrados proteicos e os suplementos minerais, com altas respectivas de 27,2% e 15,2% em relação há um ano.
Uma opção para tentar reduzir os custos é planejar as compras de insumos antecipadamente, optar por substitutos que estejam com preços mais acessíveis e saber quais os produtos com maior disponibilidade na região.
Expectativas de mercado
O dólar valorizado em relação ao real colaborou para a redução das importações. Entretanto, a balança comercial de janeiro a julho está negativa em US$298,7 milhões, contra US$262,2 milhões no mesmo período do ano passado.Para o pagamento de agosto, espera-se uma ligeira redução nos preços aos produtores na média nacional. Dentre os pesquisados pela Scot Consultoria apenas 10,0% falam em queda em Minas Gerais, 13,0% em São Paulo e 17,0% em Goiás.
Na média nacional a queda está sendo puxada pelo Sul do país, onde a produção está em ascensão.
Colaborou Rafael Ribeiro, analista de mercado da Scot Consultoria.
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