Em cinco anos, segundo levantamento realizado pela Scot Consultoria, nunca houve alta tão significativa nos preços dos alimentos concentrados no segundo semestre como ocorreu até agosto deste ano.
Em dois meses o pecuarista viu os custos com os ingredientes para ração subirem, em média, 24,1%.
Durante esse período o preço do boi gordo caiu 2,1% e só se recuperou no final da primeira quinzena de agosto. Figura 1.
As margens se estreitaram.
Em 2011, quando foram comuns as queixas referentes à elevação do custo da dieta, levando muitos pecuaristas a suspenderem a segunda rodada do confinamento, a alta nos preços havia sido de 2,8% entre julho e agosto daquele ano.
Agora a situação piorou. Os preços estão 50,0% maiores que os de agosto de 2011.
Nos últimos cinco anos, a maior alta registrada nos dois primeiros meses do segundo semestre, até então, tinha ocorrido em 2007, quando foi registrado preços 9,0% maiores em agosto em relação a junho. Figura 2.
Atualmente, os alimentos concentrados proteicos são os principais responsáveis pela forte alta no custo.
A alta foi de 30,3% desde junho, puxados pelo farelo de soja, cuja alta média foi de 40,5%, no Centro Sul.
Em São Paulo, o insumo está cotado em R$1,4 mil por tonelada.
Desde janeiro, a alta é de 101,5%.
Os alimentos energéticos não ficaram muito atrás e em dois meses a alta foi de 26,5%.
A safra dos grãos terminou, a oferta tende a diminuir e a demanda aumentar. Ou seja, os preços devem continuar firmes.
O algodão, por exemplo, talvez a única cultura fornecedora de alimento para consumo animal que está em plena safra, tem ignorado o aumento de oferta que a colheita proporciona e os preços acompanham a dinâmica atual do mercado de concentrados proteicos.
Em agosto o farelo de algodão com 28,0% de proteína em Goiás, foi vendido por R$830,00/tonelada. Uma alta de 23,0% em relação a julho.
A Scot Consultoria monitora o custo de produção para a pecuária de corte e de leite.
O custo de produção da atividade de corte com alta e baixa tecnologia subiu 1,7% e 1,1%, respectivamente, em agosto.
Para a produção leiteira a elevação foi de 4,4%.
O principal fator de alta foi a alimentação concentrada proteica, com aumento médio de 10,8%.
Outros itens que encareceram a produção foram a alimentação concentrada energética (7,0%), os defensivos agrícolas (3,9%) e os fertilizantes (0,5%).
Por fim, somente a melhora na oferta de pasto, para alternativas mais baratas para alimentar o rebanho e, isso vai demorar um pouco. Até lá, os custos devem continuar elevados.
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