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Segunda-feira, 17 de dezembro de 2012 - 16h55

A população mundial é predominantemente urbana. De acordo com o Banco Mundial, a transição global de um modo de vida rural para o urbano ocorreu em 2007. 

Naquele ano, a população que vivia em áreas rurais representou 49,9% do total, frente a 50,4% em 2006. 

Nos últimos dez anos, a intensificação da redução da população rural aconteceu nos países do Leste da Ásia e do Pacífico, recuo de 10,4 pontos percentuais. Tabela 1.

No Brasil, apesar da queda mais comedida em relação à média mundial, a situação não é diferente. 

Nos últimos dez anos consolidados, a participação da população rural diminuiu 2,8 pontos percentuais. 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), durante este mesmo período, a população brasileira cresceu 11,6%, saindo de 172,3 milhões em 2001 para 192,3 milhões em 2011.

No ano passado, apenas 15,7% da população brasileira vivia no campo. Assim, a população rural diminuiu proporcionalmente, ao passo em que a população total brasileira cresceu. 

Um exemplo chamado China

Veja na figura 1 o mapa da população rural no mundo. Quanto maiores os círculos vermelhos, mais representativa é a população rural.

África e Ásia se destacam.

A China, o país mais populoso do mundo, é um dos grandes exemplos desta conjuntura de redução da população rural.

Durante o período analisado, a relação da população rural sobre população total do país encolheu 13,3 pontos percentuais. Em 2011, a população rural representou 49,0% dos habitantes do país.

Paralelamente a isto, de 2002 até 2011, a população total chinesa cresceu 4,6%, segundo a Divisão de Estatísticas das Nações Unidas (UNdata), contando com 1,34 bilhão de habitantes neste último ano. Atualmente, a China é um grande importador de commodities agrícolas, principalmente de soja, precisando da produção de outros países.

A conta é simples

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, sigla em inglês), estima que haja aproximadamente 870 milhões de pessoas com subnutrição crônica no mundo. 

Isto significa que, uma em cada oito pessoas no mundo, não têm a quantidade ideal de alimento todos os dias.

O incremento no consumo e a expansão populacional serão fontes incansáveis de demanda, em um cenário onde menos pessoas ocupam as áreas rurais e produzem.

Assim, cada vez mais um grupo menor de pessoas produzirá para multidões. A população rural vem diminuindo, mas a necessidade de alimento não.

Colaborou Gustavo Aguiar, zootecnista e consultor da Scot Consultoria.


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