O mercado de soja começou o ano em meio à pressão de baixa.
Além da menor movimentação, típica do período, o aumento da produção previsto para a América do Sul tirou a sustentação do mercado.
No relatório de janeiro de 2013, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou a produção argentina em 54,0 milhões de toneladas, frente a 40,1 milhões de toneladas produzidas em 2011/2012.
No Brasil, a produção está estimada em 82,7 milhões de toneladas de soja, 24,5% mais que o colhido na safra anterior.
Os números são do quarto levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Diante deste cenário e do início da colheita das variedades precoces no país, os preços caíram. Veja a figura 1.
A queda foi de 12,9% no acumulado da primeira metade janeiro de 2013. Desde setembro de 2012, pico de preço, a queda é de 31,5%.
Mesmo diante de especulações com relação a possíveis revisões para baixo nas produtividades das lavouras, os preços não subiram.
Mercado Internacional
O mercado internacional está de olho nas safras brasileiras e argentinas, e também na China, maior importadora de soja do mundo.
O país asiático cancelou, recentemente, algumas compras dos Estados Unidos, fato que colaborou com a pressão de baixa na Bolsa de Chicago (CBOT).
O receio de que os preços da soja disparassem fez alguns importadores mundiais do grão, principalmente a China, anteciparem, em 2012, as compras.
Entretanto, com o preço da oleaginosa em queda desde meados do segundo semestre do ano passado, as compras feitas pelos chineses diminuíram e alguns cancelamentos foram feitos.
Estoques
Espera-se uma recomposição dos estoques internos de soja em 2013, caso os números da produção brasileira se confirmem.
A Conab estima um estoque final de 4,73 milhões de toneladas no país no final de 2013.
É o maior volume dos últimos anos. Veja a figura 2.
Os estoques mundiais também devem aumentar.
O USDA estima um incremento de 7,9% em 2013 na comparação com 2012.Os estoques finais mundiais estão estimados em 59,46 milhões de toneladas (figura 3).
Considerações finais
Diante deste cenário, a expectativa é de mercado frouxo para o primeiro trimestre de 2013.Na BVM&F, os contratos de soja com vencimento em março/13 fecharam cotados em US$30,30 (R$61,50*) em 11 de janeiro.
O contrato de maio/13 fechou em US$29,00 (R$58,87) no mesmo dia.
Ou seja, o mercado está sinalizando recuos das cotações em curto e médio prazos.
A intensificação da colheita e, consequentemente, o aumento da disponibilidade interna, além da necessidade de liberar espaços nos armazéns para a safra nova são fatores de baixa para as próximas semanas.
Por fim, cabe dizer que, diante de um cenário de atraso na colheita no hemisfério Sul e/ou quebra de produção, existe espaço para alguma sustentação dos preços.
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