O mercado internacional de grãos tem observado com mais atenção o crescimento da produção de milho e soja no Brasil e na Argentina.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a expectativa é de que o Brasil produza 83,42 milhões de toneladas de soja na safra 2012/2013, ultrapassando os Estados Unidos, atual maior produtor mundial.
Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês), os norte-americanos colheram 82,06 milhões de toneladas de soja em 2012/2013. Veja a tabela 1.
A Argentina deve atingir uma produção de 28 milhões de toneladas de milho e de 54 milhões de toneladas de soja nesta temporada (USDA).
Isto representa um aumento de 33,3% e 34,6%, respectivamente para o milho e para a soja, em relação à safra anterior.
No Brasil, o incremento esperado é de 25,7% na produção de soja.
O clima mais favorável neste ciclo permitiu melhores rendimentos nas lavouras
Em 2011/2012 a produtividade foi, em média, de 44,2 sacas de soja por hectare, frente a uma produtividade de 50,3 sacas por hectare estimada para a safra 2012/2013, um incremento de 13,8% no período (tabela 2).
Não que o clima nesta temporada tenha sido dos melhores, mas choveu bem no plantio colaborando para um bom desenvolvimento das lavouras, apesar da falta de chuva no Sul do país na fase de enchimento dos grãos e excesso de chuva nos Centro-Oeste que atrasou um pouco o início da colheita na região.
Estoques
Com o aumento da produção na América do Sul, é possível notar uma nova dinâmica nos estoques mundiais.
Os Estados Unidos, sem condições de compor seus estoques reguladores, devido ao grande consumo, ficam expostos aos fatores climáticos e, consequentemente às quebras de produção.
Neste caso, a situação do país e de seus importadores fica fragilizada. O mercado mundial sente imediatamente os efeitos, como foi em 2012.
Isto torna a América do Sul importante nessa nova dinâmica. Brasil e Argentina têm aumentado a produção e, o melhor, não só em função do aumento da área plantada, mas também devido aos ganhos em produtividade.
Em algumas regiões do Brasil a disponibilidade de chuva, permite até duas safras por ano (safra e safrinha). Devemos considerar também a luminosidade que nos trópico é favorável à produção.
Com a menor oferta norte-americana nas últimas safras, países importadores que têm seus estoques reguladores controlados, estão comprando mais do Brasil e da Argentina.
A China é um exemplo de país com estoques reguladores controlados (figura 2 e 3).
Nota-se um bom nível no estoque chinês nos últimos cinco anos, tanto para o milho como para a soja.
Considerações finais
Com parte significante da produção do milho norte-americano direcionada para a produção de etanol, surge um novo e importante cenário para países com potencial de aumento na produção e comercialização de grãos, como é o caso do Brasil e Argentina.
Foi assim no ano passado, cuja exportação de milho aumentou 107,9% em relação a 2011, totalizando 19,80 milhões de toneladas embarcadas. Esse desempenho extraordinário aconteceu também em função da quebra da safra nos Estados Unidos.
A China, maior importador mundial de soja, e o Japão, maior importador de milho, aumentaram as compras desses produtos no Brasil.
Os índices de produtividade e área cultivada na Argentina e no Brasil vêm crescendo a cada ano.
Nos Estados Unidos este potencial de crescimento da produção e da produtividade é menor, visto o elevado nível de tecnologia já adotado, em especial para o milho.
Sem estoques reguladores aumenta a importância das safras na América do Sul.
Colaborou Antonio Guimarães, em treinamento na Scot Consultoria.
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