pico de produção de leite nesta temporada foi registrado em dezembro de 2012. De lá para cá, a oferta está diminuindo nas principais bacias leiteiras.
Segundo o Índice Scot de Captação de Leite, considerando a média nacional, em janeiro, a produção diminuiu 2,4%, frente a dezembro do ano passado. Em fevereiro, os dados parciais apontam para recuo de 3,3% em relação a janeiro.
A concorrência entre os laticínios deu sustentação ao mercado.
No pagamento de fevereiro, referente ao leite entregue em janeiro, o preço ao produtor subiu. Considerando a média nacional, o produtor recebeu R$0,841/l, uma alta de 1,4% em relação ao pagamento anterior. Veja a figura 1.
O preço subiu também no mercado spot e no mercado atacadista de lácteos.
Além da queda na captação, o fim das férias marca a retomada da demanda por lácteos e dá sustentação às cotações.
Para o pagamento de março, 56,0% dos laticínios pesquisados pela Scot Consultoria acreditam em manutenção dos preços e 26,0% acreditam em alta.
O cenário é altista em curto e médio prazos. Outros fatores devem contribuir para o desenho desse quadro, como por exemplo, as recentes altas dos preços dos lácteos no mercado internacional.
No leilão da Fonterra, realizado em 5 de março, o preço médio, considerando todos os produtos lácteos negociados, subiu 10,4%, fechando em US$4.216,00 por tonelada. Foi a sexta alta consecutiva.
O preço do leite em pó integral foi o que mais subiu. Uma alta de 18,0% em relação ao leilão anterior. O preço médio ficou em US$4.298,00 por tonelada (figura 2).
As altas estão fundamentadas na seca que aflige a Nova Zelândia, cuja consequência foi a queda da produção de leite e derivados do país. A Nova Zelândia é a maior exportadora mundial.Em algumas regiões da Nova Zelândia, a produção caiu entre 15% e 20% em fevereiro, segundo informações do governo neozelandês.
Considerações finais
A perspectiva é que com a captação de leite em queda o mercado ganhe força.
A alta de preços dos lácteos no mercado internacional deve impactar negativamente nas importações de lácteos feitas pelo Brasil, o que é favorável para o mercado interno.
Do lado das exportações brasileiras, não são esperadas mudanças significativas em curto e médio prazo. Apesar da recuperação dos preços lá fora, questões como o câmbio e mercado restrito inibem os embarques brasileiros.
Caso a situação na Oceania se agrave e se estenda, o Brasil poderá exportar mais, como foi em 2007 e 2008.
Colaborou Rafael Ribeiro pesquisadora Scot Consultoria.
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