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Scot Consultoria

Carta Grãos - E vem milho por ai


Terça-feira, 16 de abril de 2013 - 15h57

Um dos fatores de baixa no mercado de milho é a expectativa de uma safrinha cheia nesta temporada.

Estima-se que serão colhidas 42,68 milhões de toneladas de milho na segunda safra (Conab). Este volume é 9,1% maior que o colhido na safrinha 2011/2012.

Aliás, o termo safrinha já não condiz com a realidade, já que este será o segundo ano em que a produção na safrinha ou segunda safra ultrapassará a produção da safra de verão ou primeira safra. Veja a figura 1.

No total o Brasil deverá colher 77,45 milhões de tonelada de milho em 2012/2013, 6,1% ou 4,47 milhões de toneladas de milho a mais.

Com isso, os estoques finais na temporada estão estimados em 16,56 milhões de toneladas, frente as 5,86 milhões de toneladas no final de 2012.

A Safrinha

Alguns pontos merecem atenção com relação à safrinha de milho:

Este milho chegará ao mercado quando a produção de verão (primeira safra) já foi colhida e o mercado interno estará relativamente abastecido.

A expectativa é que sejam colhidas 34,77 milhões de toneladas na primeira safra. A colheita está em andamento.

Este volume somado aos estoques existentes no começo do ano, cujo volume era de 5,87 milhões de toneladas, representa 74,0% da demanda brasileira, estimada em 52,00 milhões de toneladas em 2013.

A colheita da safrinha coincide com a colheita da safra norte-americana.

Isto significa que, além da pressão negativa sobre os preços no mercado mundial, existe a competição com o milho americano no mercado externo.

Podemos citar ainda a dificuldade de armazenagem deste milho e a disputa com a soja para obter lugar nos silos para armazenagem e com o milho de primeira safra em alguns estados.

Em 2010 e 2011 foi comum a estocagem de milho safrinha a céu aberto no Mato Grosso. A produção da safrinha no estado está estimada em 13,3 milhões de toneladas.

Diante deste cenário, as intervenções do governo através de leilões são e serão fundamentais para o mercado do grão, em especial no segundo semestre. O escoamento através das exportações, também.

Considerações finais

Com o avanço da colheita do milho de verão e maior disponibilidade do grão no mercado interno os preços caíram de janeiro a abril.

O cenário em curto e médio prazo é de queda de preço, reforçado pela expectativa de uma produção elevada na safrinha e, por enquanto, um cenário favorável nos Estados Unidos, que plantam a safra 2013/2014.

O mercado futuro indica queda de 7,0% até maio em relação a abril e queda de 11,4% até setembro, quando a safrinha estará praticamente colhida. Veja a figura 2.

Bom para o consumidor, ruim para o agricultor, que em função das recentes quedas nos preços do milho diminuiu o interesse vendedor.

Quem precisa comprar milho também tem esperado, pois acreditam em preços ainda mais baixos.


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