A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD, sigla em inglês), em parceria com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, sigla em inglês), divulgou seu relatório anual sobre as perspectivas para as principais commodities agrícolas na próxima década.
Com base nesse relatório, fizemos um balanço dos principais pontos sobre a oferta, demanda e preço das carnes para o período.
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No quesito produção, OECD e FAO acreditam que a demanda crescente por carnes no mercado internacional promoverão um estímulo à produção nos próximos dez anos. Isto deverá ocorrer para todas as carnes analisadas.
Apesar disso, este aumento será limitado pela concorrência com outras atividades agropecuárias e a escassez de investimentos em infraestrutura, principalmente nos países emergentes.
Veja o avanço detalhado da produção na figura 1.
O aumento de produção virá, em grande parte (80,0% do total), dos países em desenvolvimento. Dentre as carnes, a de frango liderará o avanço produtivo, apesar da redução em relação ao relatório anterior.
O crescimento médio anual na produção das carnes de frango, bovina e suína será de 1,9%, 1,5% e 1,4%, respectivamente.
A atual projeção é de que o aumento na oferta de carne de frango dos países em desenvolvimento representará 43,3% do aumento total de produção neste grupo de países.
Em âmbito mundial, o incremento na produção de carne de frango representará 47,0% do aumento total para o período.
Até o fim do período das projeções - em 2022, a carne de frango será a mais produzida mundialmente, desbancando a carne suína, atual ocupante desta posição.
Neste ano, as estimativas apontam para produções mundiais de 128,67 milhões de toneladas para a carne de frango, 126,73 milhões de toneladas para a suína e 76,53 milhões de toneladas para a bovina, todas em base carcaça.
Demanda
Na previsão de demanda, o incremento para a próxima década virá, da mesma forma que para a produção, dos países emergentes.
Do acréscimo total do consumo das carnes bovina, suína, de frango e ovina, 82,9% será por conta desse grupo de países. Destaque para a Ásia e América Latina.
O crescimento da economia e a crescente urbanização deste grupo de países será o principal vetor do aumento da demanda.
Para os países desenvolvidos, fatores como o já elevado nível de consumo, praticamente saturado, menor taxa de crescimento da população e problemas relacionados à renda tendem a atuar negativamente sobre o consumo ao longo do período analisado.
A carne de frango será a mais consumida mundialmente, sendo o preço mais baixo o principal motivo. Na figura 2, o acréscimo de consumo por tipo de carne.
Preços
As expectativas são de que os preços das carnes se mantenham elevados na próxima década.
Contribuem para isso os altos custos de produção, principalmente para a alimentação animal, além dos custos com transporte e refrigeração - sendo a logística ainda um grave problema.
Também colaboram para os altos preços o crescimento das exigências quanto ao bem estar animal, sustentabilidade ambiental dos sistemas e a segurança alimentar.
Na figura 3 estão as projeções de preço para as carnes bovina, suína e de frango. De 2013 a 2022, as previsões são de que os preços das carnes suína e de frango terão aumentos de 11,4% e 10,3%, respectivamente, e a ovina e bovina terão alta de 12,5% e queda de 1,8%.
Estima-se que os preços por tonelada em 2022 cheguem a US$4.570,25 (bovina), US$4.636,22 (ovina), US$2.284,90 (suína) e US$1.531,60 (frango), em valores nominais.
Considerações finais
Ressaltamos que um número considerável de fatores de ordem macroeconômica podem afetar estas projeções, ainda mais para o mercado da carne, bastante sensível às mudanças econômicas.
A dinâmica entre os mercados, com as importações e exportações, também ajuda a regular os preços e é mais uma fonte de variação.
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