Carta Insumos - Pecuarista gastou menos para comprar ureia em 2013

O preço da ureia pecuária está subindo há dois meses.

Em agosto, segundo o levantamento da Scot Consultoria, a tonelada do insumo ficou cotada em R$2.081,33, alta de 2,0% frente os R$2.041,00 no mês anterior.

O Brasil importa entre 50% e 60% de todo o nitrogênio utilizado para fabricação de fertilizantes e da ureia pecuária. E isto preocupa. 

Qualquer produto importado, no cenário atual de disparada do dólar, vai pesar no bolso do comprador.

Ureia pecuária e agrícola já ficaram mais caras (figura 1). Além da própria dinâmica do mercado, com o crescimento da demanda no segundo semestre, o dólar deve potencializar este processo.

Uso do produto

Em pesquisa feita pela Scot Consultoria em 80 fazendas de média a alta tecnologia, no Centro-Oeste e Sudeste do país, foi constatado que 5,9% delas utilizam a ureia para suplementar o gado no período seco.

A ocorrência é baixa, comparativamente. O suplemento mineral proteinado, por exemplo, é utilizado em 34,1% das propriedades.

Poder de compra

Em 2013, o poder de compra do pecuarista com relação à ureia tem crescido, comportamento oposto ao do ano passado. 

Atualmente, são necessárias 20,3 arrobas para compra de uma tonelada de ureia pecuária, frente 19,9 arrobas em julho e 23,6 em agosto de 2012 (figura 2).

Note que em valores reais a arroba do boi gordo só superou os preços do ano passado a partir de junho de 2013 (figura 3) e mesmo assim ficou mais fácil comprar ureia este ano.

Explica-se. O insumo vem acumulando desvalorizações mês a mês (figura 4). Por fim, a tendência é que o produto fique mais caro no segundo semestre com o aumento na demanda e agora com a questão cambial, que deve intensificar a alta.

Talvez haja algum prejuízo na relação de troca por parte do pecuarista, mas no balanço do ano, quem investiu em ureia para suplementação, deve ver parte de seus custos com nutrição diminuírem.