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Carta Boi - A vez de Hong Kong


Terça-feira, 12 de novembro de 2013 - 18h13

O Brasil vem exportando grandes volumes de carne bovina. 

Até setembro (últimos dados disponíveis até o fechamento deste artigo), os embarques somavam 851,45 mil toneladas métricas de carne in natura.

Deveremos terminar o ano com a exportação mais volumosa desde 2007, quando atingimos o pico das exportações, com 1,28 milhão de toneladas métricas.

O faturamento com as exportações de carne in natura este ano (também até setembro) totalizaram US$3,82 bilhões. 

É bem provável que tenhamos um recorde de faturamento este ano, em valores nominais, superando a marca de US$4,49 bilhões verificada no ano passado, até então o valor mais alto da série.

Além da recuperação das exportações em 2013, outro ponto chama a atenção: o aumento das compras feitas por Hong Kong.

Evolução e situação atual

Durante os nove primeiros meses de 2013, as compras de carne bovina in natura por Hong Kong totalizaram 162,15 mil t métricas, fazendo com que a região administrativa ocupe a segunda posição no ranking de volume importado, atrás somente da Rússia (238,33 mil t métricas). 

No mesmo período do ano passado, o volume havia sido de 67,02 mil t métricas, portanto um incremento de 141,7%. 

Além do forte aumento percentual, a região apresentou o maior crescimento em valores absolutos dentre todos os compradores, frente ao mesmo período de 2012, cujo valor fora de 94,97 mil t métricas. 

Este aumento foi equivalente ao que a Venezuela e o Egito, terceiro e quarto colocados no ranking, compraram nos primeiros nove meses de 2013, 96,69 mil t métricas e 93,83 mil t métricas, respectivamente. Fazendo uma projeção para o fim do ano, em termos proporcionais, o volume exportado para Hong Kong poderá alcançar 216,21 mil t métricas.

Outra questão é que se somarmos os miúdos, tripas e as carnes salgadas e industrializadas, Hong Kong se torna o maior comprador de produtos cárneos bovinos brasileiros, ultrapassando a Rússia. 

Com estas inclusões, o volume total importado por Hong Kong vai para 269,48 mil toneladas métricas, frente as 240,95 mil toneladas métricas para a Rússia.

A reexportação

As importações da China, que foram de 16,63 mil t métricas de janeiro a setembro de 2012, caíram para 0,19 mil t métricas no mesmo período deste ano.

As compras do produto brasileiro pelo país estão suspensas, em razão do evento priônico ocorrido no Paraná.

Vale ressaltar que a exportação direta à China ficou muito acima da média histórica em 2012, quando o país intensificou o monitoramento nos portos de Hong Kong, para reduzir as reexportações, segundo informações da Global Agricultural Information Network, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). 

Porém, é possível que o aumento dos embarques para Hong Kong tenha relação com este status comercial da China, ressaltando que as exportações brasileiras para a região administrativa são perfeitamente legais. 

A responsabilidade da reexportação a partir de Hong Kong sai da alçada brasileira.


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