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Carta Grãos: Boa produção nos EUA poderá tirar a sustentação dos preços no mercado brasileiro


Segunda-feira, 18 de novembro de 2013 - 16h14

Com a colheita do milho norte-americano caminhando para a reta final, a pressão negativa sobre os preços do grão deverá aumentar em curto ou médio prazos no mercado internacional.

Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 10 de novembro haviam sido colhidos 84,0% da área semeada com milho em 2013/2014 no país.

O cenário de maior oferta nos Estados Unidos nesta temporada, diferente do ano passado quando houve quebra de produção por causa da seca, colabora com essa pressão.

No relatório divulgado em 8 de novembro, o USDA revisou para cima a produção norte-americana de milho. São esperadas 355,33 milhões de toneladas na safra atual.

Foi a segunda revisão para cima consecutiva. O Departamento chegou a estimar a produção em 349,60 milhões de toneladas. Veja a figura 1.

Lembrando que em outubro o USDA não divulgou o seu relatório de rotina, em função da suspensão dos serviços federais em função de uma crise político-financeira.

Mercado interno

Apesar da boa disponibilidade, os preços do milho ficaram firmes em outubro e novembro no mercado brasileiro.

As exportações deram sustentação às cotações. Em Campinas-SP, a saca de 60 quilos foi negociada entre R$23,80 e R$24,00 no final de outubro e primeira semana de novembro (figura 2).

Em outubro o Brasil exportou 3,95 milhões de toneladas de milho grão (MDIC).Foi o maior volume mensal registrado nos últimos anos, superando o recorde de novembro do ano passado.

Em novembro de 2013, até o final da segunda semana, o Brasil havia embarcado 1,19 milhão de toneladas de milho.

A média diária foi de 199,80 mil toneladas exportadas, 16,2% mais em relação ao embarcado diariamente em outubro. Se o ritmo persistir, as exportações poderão ser recordes em novembro.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As exportações ajudam no escoamento da produção e dão sustentação às cotações no mercado doméstico.

Com a safra praticamente consolidada nos Estados Unidos, os fundamentos de mercado deverão determinar o comportamento das cotações.

Do lado da oferta, os estoques de passagem previstos para o final de 2013 no Brasil são elevados. O volume estimado é de 13,69 milhões de toneladas de milho (CONAB), frente as 5,86 milhões de toneladas estocadas no final do ano passado.

Com relação à demanda, a expectativa é de que as exportações prossigam em bom ritmo nas próximas semanas.


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