Em 2013, o arrendamento para a cana-de-açúcar foi mais rentável do que o fornecimento para as usinas sucroalcooleiras.
Segundo os cálculos da Scot Consultoria, a rentabilidade média, considerando o arrendamento, ficou em 7,62% no ano passado, e o fornecimento ficou em 1,27%.
A renda obtida através do arrendamento perdeu apenas para os fundos cambiais, para o dólar e para a atividade leiteira que adota alta tecnologia (tabela 1).
Para calcular a receita, utilizamos a produtividade média, apontada pela CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), bem como os valores do ATR da UDOP (União dos Produtores de Bioenergia) e rendimentos médios e custos de produção da ASSOCANA (Associação Rural dos Fornecedores e Plantadores de Cana da Média Sorocabana).
A receita anual foi de R$3.724,80 por hectare. Deduzindo os custos de produção, temos um lucro anual de R$208,80 por hectare, no caso do fornecimento às usinas.
Na tabela 3 estão os parâmetros considerados para o cálculo da rentabilidade do arrendamento.
Ressaltamos que existem inúmeros fatores que podem alterar esta análise, como a produtividade de cada corte, o grau de ATR da cana e o próprio preço do ATR.
Veja na figura 1 que, nos últimos anos, o arrendamento tem se mostrado mais interessante, principalmente em função das altas dos custos de produção, com destaque para os insumos agrícolas (fertilizantes e defensivos) e mão de obra, além das oscilações de preços verificados na cadeia.
EXPECTATIVAS PARA 2014/2015
A Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) divulgou, em abril, o primeiro levantamento da safra brasileira de cana-de-açúcar 2014/2015.
A área destinada ao setor sucroalcooleiro está estimada em 9,13 milhões de hectares na temporada atual.
São 3,6% ou 318,60 mil ha a mais, na comparação com a safra passada (2013/2014).
A produção está estimada em 671,69 milhões de toneladas, 2,0% maior em relação à 2013/2014, quando foram colhidas 658,82 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.
O estado de São Paulo é o principal produtor nacional, com 57,1% da área ou 4,69 milhões de hectares. Na sequência aparecem: Goiás (9,3%), Minas Gerais (8,9%), Mato Grosso do Sul (7,4%) e Paraná (6,7%).
A moagem da safra da cana-de-açúcar em São Paulo começou mais tarde este ano.
A falta de chuva e o calor intenso no primeiro bimestre do ano atrapalharam o desenvolvimento dos canaviais em boa parte do estado e a produtividade deverá ser menor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os números da CONAB são preliminares e devem ser revisados nos próximos relatórios.Além do menor volume produzido, o ATR (Açúcar Total Recuperável) também foi afetado pelo clima adverso.
Muitas lavouras apresentam plantas com desenvolvimento prejudicado.
Ou seja, caso confirmado a queda de produção nesta temporada, poderemos ter uma pressão de alta sobre os preços da cana.
Com relação à demanda por terras para arrendamento, o cenário em 2014 está dentro da normalidade pelos agentes de mercado.
Os preços em São Paulo giram entre R$1.400,00 e R$1.900,00 por hectare, dependendo da região.
Por fim, a volta das chuvas em meados de março e abril melhorou as condições hídricas do solo e proporcionou uma retomada das atividades.
Colaborou Alcides de Moura Torres Junior e Rafael Ribeiro, pesquisadores da Scot Consultoria.
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