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Scot Consultoria

Carta Conjuntura - Pecuária leiteira: É preciso planejar


Sexta-feira, 11 de julho de 2014 - 17h40

O planejamento e a antecipação dos riscos são fundamentais para o sucesso de qualquer atividade.

Na pecuária de leite ou de corte não é diferente. Só no primeiro semestre de 2014, o mercado do leite passou por três momentos distintos, sem falar na variação dos custos de produção, principalmente em função dos grãos.

No primeiro trimestre, houve uma forte especulação a cerca da produção de leite no país por causa da seca que atingiu importantes bacias leiteiras.

Como consequência, o mercado se firmou e os preços do leite ao produtor subiram a partir de fevereiro.

O segundo momento foi no início da entressafra, no final de abril. Mesmo com a captação em queda desde dezembro do ano passado, o volume de leite captado em 2014 (média de janeiro a junho) foi 12,5% maior, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo o Índice Scot Consultoria para a Captação de Leite.

A demanda por leite e derivados, porém, não acompanhou este incremento da oferta e o resultado foi o aumento dos estoques de lácteos nas indústrias, principalmente de leite longa vida e leite em pó.

Na figura 1 estão os preços do leite ao produtor, considerando a média brasileira dos dezoito estados pesquisados.

O terceiro momento foi agora em junho e julho, com o clima voltando a assombrar, não só o mercado de leite, mas também o de grãos.

Neste caso, as fortes chuvas e alagamentos prejudicaram a produção e a coleta do leite no Sul do país, em importantes regiões produtoras do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

As incertezas com relação à produção diminuíram a pressão de baixa, em particular na região Sul. Inclusive houve altas de preços do leite para o produtor.

Com relação aos grãos e pensando no custo de produção, os preços do milho, princil alimento concentrado na alimentação de vacas em lactação, também tiveram momentos distintos ao longo do ano que, para os pecuaristas, podem significar oportunidades de compra do insumo.

O milho saiu de R$25,00 por saca na região de Campinas-SP em janeiro e chegou a R$34,00 no começo de março. A expressiva alta, de 36,0% em pouco mais de um mês, foi devido às perdas registradas na safra de verão e expectativa de redução da área plantada na segunda safra 2013/2014.

A partir de maio, com um cenário melhor em termos de clima e início da colheita da safrinha, os preços recuaram para os patamares do começo do ano (figura 2).

Considerações finais

O mercado é dinâmico e não existe espaço para erros.

O acompanhamento diário das informações e a criação de cenários auxiliam nas decisões, principalmente em anos de incertezas e grandes oscilações de preços, como é o previsto para 2014.

O sucesso da compra de insumos e/ou vendas dos produtos por vezes é a chave para o resultado positivo da atividade.


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