Carta Grãos - De olho no preço do milho!

O pecuarista deve ficar atento aos preços do milho nas próximas semanas.

Apesar da redução na área plantada na safra de verão e do menor volume previsto para a safrinha, os estoques elevados e o início da colheita poderão tirar a sustentação dos preços no mercado.

Depois de um final de ano e começo de 2015 de preços firmes, as cotações caíram nos últimos dias.

Na região de Campinas, em São Paulo, a saca de 60 quilos ficou cotada em R$26,00 (19/1) para entrega imediata. Veja a figura 1.

O estoque está estimado em 14,46 milhões de toneladas no final da temporada 2013/2014.

Para 2014/2015, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima 18,81 milhões de toneladas do grão em estoques finais no país.

A produção na primeira e segunda safra está estimada em 79,05 milhões de toneladas, aproximadamente 854 mil toneladas a menos, mas este número pode ser revisado para baixo.

Ou seja, a queda de produção prevista, por enquanto, é bem menor que o incremento nos estoques.

O aumento da produção de milho nos Estados Unidos em 2014/2015 é outro fator de baixa nos preços no mercado internacional em curto e médio prazos, considerando a menor demanda, por exemplo, pelo setor de etanol nos Estados Unidos, com as quedas nos preços do petróleo.

Diante dos fatos citados, não estão descartadas quedas nos preços do milho.

Para o pecuarista pode ser uma oportunidade de compra do grão, aproveitando a boa relação de troca com o boi gordo.

Em janeiro, foi possível comprar 5,5 sacas de 60 quilos de milho com uma arroba de boi gordo na praça de São Paulo.

É uma saca a mais na comparação com janeiro do ano passado (figura 2).

Por fim, a redução da área plantada na segunda safra é um fator de sustentação em médio e longo prazo.

É sabido que os efeitos de clima em relação à produção na safra de inverno têm impactos maiores sobre os preços no mercado interno.