Segundo informações disponibilizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a contratação de crédito pela agricultura empresarial no ano agrícola de 2014/15 caiu 3,4% no período de julho/14 a janeiro/15, em relação ao mesmo período da safra 2013/14.
Nesses sete meses, o valor total contratado foi de R$94,12 bilhões, frente aos R$97,44 bilhões do mesmo intervalo de 2013/14.
A seguir detalharemos o desempenho da contratação por finalidade no período citado (julho/14 a janeiro/15).
Custeio
As fontes de financiamento para custeio representaram R$50,28 bilhões no período analisado, 53,4% da contratação total do período.
Em relação ao mesmo período da safra 2013/14, a contratação dos programas de custeio aumentou em 9,5%.
Comercialização
As linhas de apoio à comercialização tiveram contratação de R$17,11 bilhões, participação de 18,2% no total contratado no período.
Frente ao mesmo intervalo da safra passada, foi registrada uma queda de 36,4% no volume contratado, sendo os programas deste item os grandes responsáveis pela queda na captação geral.
Destaque para a linha de financiamento das agroindústrias, cuja redução foi de 80,3% na comparação com o parcial da safra anterior. O volume tomado nos sete meses analisados foi de R$2,86 bilhões, ante o volume de R$14,50 bilhões no mesmo intervalo de 2013/14.
Investimento
Os programas voltados ao investimento somaram contratação de R$26,74 bilhões, participação de 28,4% no montante total captado.
Ante ao mesmo período da safra passada, o aumento na captação foi de 8,5%.
Em termos absolutos, destaque para a linha de sustentação do investimento (PSI-BK), com contratação de R$8,55 bilhões, apesar da redução de 1,9% frente à safra anterior.
Considerando termos absolutos e aumento percentual, o Programa ABC teve bom desempenho, com a captação de R$2,19 bilhões, crescimento de 43,8%. Para esta safra está programado um volume de R$4,5 bilhões.
O Programa de Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) totalizou R$ 2,28 bilhões.
Desde janeiro deste ano, a aquisição de tratores, implementos e colheitadeiras passou a ser financiada basicamente pelo programa Moderfrota, reativado nesta safra. O volume, de R$136,7 milhões, não é tão expressivo na comparação com outras linhas, mas o aumento foi de 1.052,5% em relação ao ano anterior.
Considerações finais
Na tabela 1 está o resumo da captação da safra atual e da passada nos primeiros sete meses por finalidade e a programação para o ano safra atual.
Como vimos, a queda expressiva em relação à safra passada ocorreu no financiamento à comercialização, que apesar dos aumentos nos programas de custeio e investimento, provocou a queda na contratação geral.
Neste item, a responsável foi o crédito agroindustrial, aquele destinado às indústrias exportadoras, que comercializam, beneficiam ou industrializam produtos agropecuários adquiridos diretamente de produtores rurais ou de suas cooperativas, como usinas de álcool e açúcar, destilarias, indústria de farinha de trigo, indústrias de suco de laranja, frigoríficos, dentre outras.
Deve-se ter atenção a esse setor, grande responsável pela compra da produção da agropecuária, envolto às recorrentes notícias de dificuldade e desaceleração industrial.
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