De acordo com os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a balança comercial brasileira de lácteos fechou 2014 com déficit de US$106,19 milhões.
Na comparação com 2013, o déficit caiu, foi 80,2% menor. Isso ocorreu em função do aumento de 254,3% na receita com as exportações brasileiras e queda de 25,1% nos gastos com as importações de produtos lácteos em 2014 em relação ao ano anterior.
Cenário atual
Em 2015, de janeiro a agosto, a balança comercial brasileira de lácteos acumula déficit de US$95,42 milhões. Foram US$179,62 milhões em exportação contra US$275,04 milhões das importações.
No caso do leite em pó, principal produto da balança, a receita com as exportações totalizaram US$160,75 milhões neste período. Ao mesmo tempo, os gastos com importações somaram US$172,56 milhões. O saldo da balança ficou US$11,81 milhões negativos.
As quedas nos preços dos lácteos no mercado internacional aumentaram a competitividade do produto importado, mesmo com o dólar valorizado. O volume médio mensal de leite em pó importado pelo Brasil aumentou 16,4% em 2015, frente a 2014.
Vale ressaltar que em 2014, nesse mesmo período, o Brasil registrou superávit de US$32,23 milhões na balança comercial de leite em pó, sendo US$180,49 milhões exportados e US$148,26 milhões importados
Nos primeiros oito meses do ano, o principal destino do leite em pó brasileiro foi a Venezuela, com participação de 63,0% no volume total.
Com relação as importações, os principais fornecedores de leite em pó para o Brasil foram o Uruguai e a Argentina, com 59,3% e 38,8% do total, nessa ordem.
Considerações finais
Em curto e médio prazos, as exportações devem manter o bom ritmo dos últimos meses, considerando o dólar em alta e a boa disponibilidade interna.
Em julho e agosto deste ano, os volumes exportados de leite em pó foram 64,7% e 61,8% maiores na comparação com o mesmo período de 2014.
Existe também a expectativa de crescimento dos embarques para a Rússia e China.
O fornecimento para a Rússia começou em 2014, resultado das barreiras impostas pelos russos aos Estados Unidos e países europeus.
Isso favoreceu a abertura desse mercado para o Brasil, que exporta, principalmente, queijos, manteiga e leite em pó para esse destino.
Com relação a China, foi aprovado na segunda semana de setembro o comércio de produtos lácteos com o Brasil. As negociações vinham ocorrendo desde 1996.
Embora a demanda chinesa esteja patinando esse ano, em função da desaceleração da economia interna, o país asiático é um mercado de peso neste segmento. Em 2014, o país importou 671 mil toneladas de leite em pó integral, segundo o USDA.
Vale lembrar que a China e a Rússia são os maiores consumidores mundiais de produtos lácteos, com participação respectivamente de 14,0% e 7,0% do total mundial em 2014.
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