Pela segunda vez consecutiva o preço do leite aos produtores caiu. O pico ocorreu em agosto, cuja cotação média foi de R$0,978 por litro.
Em outubro o produtor recebeu, em média, R$0,963 por litro.
Na comparação com o mesmo período do ano passado a queda foi de 2,3%, em valores nominais. Veja a figura 1.
Embora estejamos na safra, o excesso de chuvas enfrentado pelos produtores da região Sul derrubou a produção nacional em setembro e outubro.
No Sudeste, outra importante bacia leiteira, a falta de chuvas prejudicou a captação de leite, que cresceu menos que o esperado para esta época.
Contudo, esses fatores não devem gerar um tom de alta de preços ao produtor, principalmente em função da demanda desaquecida.
Segundo o Índice Scot Consultoria para a Captação de Leite, em setembro, a produção nacional caiu, em média, 0,03% frente a agosto. Os dados parciais de outubro apontam queda de 0,1%.
Vale ressaltar, que mesmo diante desse cenário a produção de leite está em crescimento. Em setembro o incremento foi de 7,6% frente ao mesmo período de 2014 e nas projeções para outubro a produção deverá aumentar entre 5,5% e 6,8% na variação anual.
Considerações finais
Em curto e médio prazos, a expectativa é de queda de preços para o produtor.
Para o pagamento de novembro (produção de outubro), 45% dos laticínios pesquisados acreditam em queda de preços, 42% em manutenção e os 13% em aumento.
No Sul e Sudeste, 63% e 47% dos laticínios, respectivamente, falam em queda no preço do leite ao produtor.
Com a demanda interna em queda, boa parte dos laticínios deve aumentar a disponibilidade de matéria-prima para a produção de leite em pó, vislumbrando atender o mercado externo.
A forte desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar e a expectativa de aumento da demanda Russa justificam esse cenário.
Quanto ao clima, a expectativa é de chuvas regulares no Brasil Central e Sudeste do país, o que deve melhorar a qualidade e a disponibilidade de pastagens.
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