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Carta Conjuntura - Os números da inflação em 2015


Quinta-feira, 14 de janeiro de 2016 - 17h28

Em 2015, o IPCA teve alta de 10,67%, a maior desde 2002, quando o índice subiu 12,53%

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro de 2015 apresentou oscilação mensal de 0,96%, aumento de 0,18 ponto percentual, quando comparado a igual período do ano anterior (figura 1).

Em 2015, a alta foi de 10,67%, a maior desde 2002, quando o índice subiu 12,53%. Na comparação com 2014 a alta foi de 4,26 pontos percentuais.

Aqui vale destacar que a meta de inflação para o IPCA, índice oficial brasileiro, era de 4,50% ao ano, com piso e teto em 2,50% e 6,50%, respectivamente. Furou.

Em 2015, dos nove grupos de preços pesquisados pelo IBGE e que compõem o IPCA, alimentação e bebidas e o transporte estão entre os que apresentaram os maiores aumentos relativos, com altas de 12,01% e 10,17%, respectivamente.

No transporte, o preço dos combustíveis subiu 24%.

IGP-DI

Assim como o IPCA, o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu em 2015. Medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) o índice registra a inflação de preços desde matérias-primas agrícolas e industriais até bens e serviços finais.

Em dezembro a variação foi de 0,44%, queda de 0,75 ponto percentual, quando comparado com novembro. Entretanto, a taxa acumulada em 2015 foi de 10,70%, valor 6,92 pontos percentuais maior que em 2014.

Consequências

Foi a primeira vez em 13 anos que a inflação saiu do controle e estourou o teto da meta, que era de 6,50%. Esse descontrole provocou um cenário de desconfiança quanto à economia brasileira, agravado pela crise política fundamentada nas denúncias de corrupção, fazendo com que o país perdesse credibilidade e fosse rebaixado por duas agências de classificação de risco (Fitch e Standard & Poors). 

Segundo o relatório Focus do Banco Central (30/12), a expectativa é que o IPCA suba 6,87% em 2016. Dá para acreditar nessa projeção?

Em função disso, a expectativa para o mercado pecuário de corte deixa de ser otimista para ser conservador. Embora a oferta de bovinos não deva aumentar, sustentando os preços, por outro lado o cenário econômico é desanimador e deve afetar negativamente o desempenho setor.


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