É prudente que o pecuarista esteja preparado para um cenário de margens apertadas em 2016. Inflação galopante e pressão dos custos de produção são cenários líquidos e certos.
Diante das projeções de dificuldade de ganhos reais de preço para o boi gordo para este ano, é nítido que a estratégia deve ser de cautela.
Mas o que o produtor pode fazer neste contexto? Não há uma receita, mas, nesta edição, apresentamos três pontos para reflexão.
1. Capture o máximo de valor possível
A captação de valor é normalmente considerada no ato da venda do produto.
Na comercialização, valorize o atributo da sua boiada (acabamento e volume do lote, distância em relação à indústria e participação de programas de qualidade, por exemplo).
Porém, a captação de valor se manifesta não somente na venda, mas também no ato da compra. De fato, este deve ser o principal ponto de atenção dos negócios agropecuários.
Como exemplo, a reposição. A capacidade de ser seletivo nas compras diminui conforme cai a disponibilidade do produto, e esta é a realidade vigente neste mercado.
Mesmo assim, estar atento à condição do animal (escore) e suas características pode guiá-lo a uma compra "otimizada" ao seu sistema de produção. Como saldo, gera-se melhores resultados e valor.
Outro exemplo são as compras em datas historicamente favoráveis. Isto pode gerar vantagem, como na aquisição de milho em época de pressão de colheita, por exemplo. Capacidade logística e de estocagem deverão ser consideradas.
Compras em grupo também são opções interessantes para a captação de valor na aquisição.
2. Apure com perfeição seu caixa e preserve-o
Capital em caixa e liquidez de ativos funcionam como apólices de seguro em tempos difíceis. Além disso, possibilitam atuar rapidamente para o aproveitamento de oportunidades de compra.
Porém, para gerir o caixa, deve-se primeiramente tê-lo apurado da melhor forma possível.
Para isso, controle e organização das informações são fundamentais. Definir uma periodicidade para a revisão geral do fluxo de caixa e dos controles que o compõem é importante.
Lembre-se, o fluxo de caixa é o coração da empresa.
3. Na busca da otimização, dedique atenção especial ao seu(s) principal(is) item(ns) de custo
Como dito no primeiro item, o custo é o ponto onde os produtores rurais podem, efetivamente, agir.
O segredo dos produtores rentáveis está na otimização de custos. Atenção, otimização não é sinônimo de corte, mas sim de ter o melhor aproveitamento para cada real gasto.
Na busca desta otimização, é mais impactante e prático atuar de forma enérgica sobre o seu principal centro de custo do que agir de forma menos intensa em vários centros de custo menos representativos.
Como exemplo, para fazendas que utilizam intensamente insumos modernos, comece a otimização pela melhoria do processo de compra e frete. Procure maneiras de melhorar este processo.
Outra fonte é o melhor aproveitamento dos colaboradores, uma fatia considerável dos custos de uma fazenda. Elevar a relação de cabeças produzidas por colaborador é uma estratégia.
Atuar nestes itens tende a ter um impacto maior do que dedicar esforço inicial a otimizar o gasto com energia ou manutenções, por exemplo, que normalmente têm menor participação.
Em resumo, analise sua distribuição de custos e decida por começar pela maior fatia. Os resultados aparecerão rapidamente.
Confina Brasil divulga benchmarking, análise comparativa da pecuária intensiva brasileira
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