A exportação de milho perdeu força na primeira semana de março com a desvalorização do dólar e menor disponibilidade interna do cereal.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o país exportou, em fevereiro, 5,37 milhões de toneladas. A média diária foi de 282,86 mil toneladas embarcadas.
Já na primeira semana de março, o Brasil exportou 94,16 mil toneladas de milho por dia, 66,7% menos que a média de fevereiro.
Se este ritmo continuar, a estimativa é de que sejam embarcadas por volta de 2,10 milhões de toneladas em março.
A queda no ritmo é um fator baixista para os preços no mercado interno em médio prazo.
Com a colheita da soja e, considerando que uma parcela grande da produção já foi negociada, a expectativa é de que os embarques dos produtos do complexo soja (grão, óleo e farelo) ganhem força em curto prazo.
Aliás, os volumes já aumentaram em março. Foram exportadas diariamente 280,28 mil toneladas de soja grão, frente as 107,20 mil toneladas diárias em fevereiro (MDIC).
Se a média diária da primeira semana de março se mantiver ao longo do mês, a exportação será de 6,17 milhões de toneladas (figura 1). Não estão descartados aumentos nos volumes diários nas próximas semanas de março, o que poderia aumentar o volume mensal previsto.
Normalmente, a partir de fevereiro, os embarques de soja ganham força. Este ano, em função do atraso na colheita (decorrente do atraso no plantio) esta maior movimentação foi postergada.
A infraestrutura precária, colabora com a dificuldade de escoamento da safra dos dois produtos (milho e soja) simultaneamente.
Considerações finais
Além da menor exportação de milho nos próximos meses, a previsão de aumento da área semeada e da produção na segunda safra deverá colaborar para um mercado mais frouxo em médio prazo.
É o que aponta o mercado futuro.
Na BM&F/Bovespa, o contrato de milho com vencimento em março/16 aponta para mercado firme. O milho ficou cotado em R$46,43 por saca em 9/3. A referência no mercado físico é de R$45,00 por saca na região de Campinas, em São Paulo.
Já os contratos com vencimentos mais longos apontam quedas nas cotações. O maio/16 fechou em R$43,71 e o setembro/16 em R$36,00 por saca.
Por fim, as quedas recentes do dólar em relação ao real devem prejudicar as exportações brasileiras de milho em curto e médio prazos.
Outro ponto importante é a previsão de aumento da área plantada com milho nos Estados Unidos em 2016/2017, cuja semeadura começa em abril/maio. Este fato poderá pressionar negativamente as cotações no mercado mundial.
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