Em março o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os números referentes à captação formal de leite no último trimestre de 2015.
A pesquisa informa o volume de leite captado e industrializado pelos estabelecimentos com inspeção municipal, estadual e/ou federal.
No último trimestre do ano passado, o volume de leite adquirido pelos laticínios foi de 6,3 bilhões de litros. Na comparação com igual trimestre de 2014 houve uma queda de 3,9% no volume captado.
No acumulado de 2015, a captação de leite totalizou 24,0 bilhões de litros, uma queda de 2,8% em relação ao ano anterior.
Em todos os meses de 2015 foi observada redução no volume captado, na comparação mensal com 2014. Veja a figura 1.
Desde o início da série histórica da Pesquisa Trimestral do Leite, do IBGE, que começou em 1997, não havia sido registrado queda na produção.
Se analisarmos a produção de leite divulgada na Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) também realizada pelo IBGE, que possui uma série histórica maior (desde 1974), a última queda anual na produção brasileira de leite ocorreu em 1993.
Produção por estado
Entre os principais estados produtores, Minas Gerais é o líder, detendo a maior produção de leite, cujo volume é de 6,4 bilhões de litros, seguido pelo Rio Grande do Sul com 3,5 bilhões de litros, Paraná com 2,8 bilhões de litros, São Paulo com 2,6 bilhões de litros, Goiás com 2,4 bilhões de litros e Santa Catarina com 2,3 bilhões de litros.
O destaque é para Goiás, que perdeu posição entre os maiores produtores. Saiu da quarta posição em 2014 para a quinta colocação em 2015.
Mercado
A menor oferta de leite em 2015 deu sustentação aos preços ao produtor a partir de novembro do ano passado.
De lá para cá, o aumento foi de 2,5% e o preço está 11,1% maior em relação ao mesmo período de 2015.
Considerações finais
O cenário ainda não está confortável no mercado de leite em 2016, mesmo com as recentes altas dos preços ao produtor.
A elevação do custo de produção deverá continuar estimulando a redução dos investimentos ou gerando cortes de gastos (muitos produtores reduziram o rebanho nos últimos meses ou deixaram a atividade).
Outro ponto importante é com relação à demanda, que deverá ser mais fraca este ano, em função da crise econômica vivida pelo país.
Com relação aos preços do leite, a expectativa é de mercado firme nos próximos meses.
A captação menor, com a curva de produção caindo nas principais regiões produtoras (entressafra no Brasil Central e Sudeste), colabora com este cenário.
Com relação à produção nacional, para 2016 a expectativa é de ligeiro incremento no volume produzido.
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